Livro traz para discussão os “encantos e desencantos” na música católica
“O Demônio da Vaidade”, “Quando o Padre Rouba a Cena”, “Show é Show, Missa é Missa”e “Os Padres têm de ser Cantores?”. Esses são apenas alguns dos cerca de 140 capítulos contidos no livro “Chamados a Cantar a Fé – Encantos e Desencantos de Dois Cantores da Fé”.
De um lado, Padre Zezinho com 50 anos de evangelização por meio da música. Do outro, Padre Joãozinho, com 25. Trajetórias comuns, com pontos de vista diferentes, mas que se completam nesse livro que pretende levar o leitor à reflexão sobre a atual situação da música católica.
O livro será lançado oficialmente pela Editora Santuário na ExpoCatólica, que irá acontecer juntamente com a JMJ (Jornada Mundial da Juventude) no Rio de Janeiro, entre os dias 20 e 26 de julho. No dia 21, às 11h, um dos autores do livro, Pe Joãozinho scj, estará no estande da editora para autografar o livro que levou dois anos para ser concluído.
“Hoje a música católica é muito importante na missão da Igreja. Então, é preciso uma reflexão sobre o papel que ela exerce na evangelização. Existem ‘encantos, mas também desencantos’. Achamos que tínhamos algo a dizer. Por exemplo, há muita gente que não sabe cantar no plural, canta apenas no singular, ‘eu e Deus’ e o cristianismo é uma religião essencialmente fraterna, comunitário, afinal o Pai e o Pão são nossos e não propriedade íntima e privada de alguém…”, afirma Padre Joãozinho.
Ainda de acordo com o autor, outro aspecto importante tratado no livro é com relação à remuneração dos músicos. “Uns acham que esse papel tem que ser desempenhado gratuitamente. Querem que o músico viva de vento. Existe contrato para sacristão. Não poderia ter para alguns músicos que exercem este ministério profissionalmente, mesmo dentro de uma paróquia? Isso é estranho… De outro lado, há aqueles que saem cantando pelo Brasil e recebem cachês altíssimos. Hoje existe um mercado não apenas da música católica, mas da música gospel, e é preciso questionar: até que ponto isso é saudável e quais são os limites desses cachês?”.
Tudo isso é discutido no livro, que não é direcionado apenas para músicos. “Esse é um livro que tem sangue, suor e lágrimas. É um livro único, pois celebra duas histórias a serviço da música na evangelização”, diz Padre Joãozinho.
Nós, pregadores que estamos chegando aos cinquenta anos, ou já
passamos dos setenta, precisamos tomar cuidado ao analisar quem nos
sucedeu ou está a suceder. São jovens sacerdotes, religiosas e leigos
cheios de entusiasmo e fé. A vez não deixou de ser nossa, mas aos poucos
será mais deles do que nossa. Vêm de seminários diocesanos,
congregações e ordens religiosas e de movimentos de espiritualidade para
leigos. É a nova geração de catequistas e pregadores da fé em Cristo.
Alguns deles reúnem milhões de fiéis encantados com sua juventude,
talento e entusiasmo.
Este fenômeno não é novo. Há séculos
que pregadores famosos reúnem multidões. A diferença piramidal e
homérica são os modernos e sofisticados púlpitos atuais que atingem 50
a 100 milhões de pessoas. Também não era novidade a figura do pregador
das elites ou da corte. Estar na grande mídia hoje é estar no topo.
Equivale às cortes de antigamente porque a grande mídia laica confere
status. O preço do cantor se multiplica a 500 ou 1.000 por cento.
Pregadores que chegam a estes patamares ascendem à categoria de super
astros da fé.
No que é positivo devemos apoiá-los,
elogiá-los, tornar sua missão um pouco mais fácil do que talvez tenha
sido a nossa e, se possível, encher os púlpitos, templos, palcos,
gravadoras, emissoras e editoras de novos comunicadores, leigos e
religiosos. A Igreja não tem escolha. Precisa deles e dos ainda ontem
chamados mass-midia,
preferencialmente os dela. Mas, se algum jovem pregador achar uma brecha
em veículos laicos e entender que pode emprestar seu rosto, sua imagem
e seu talento para aquelas empresas, deve fazê-lo, desde que tenha
estofo para uma carreira de artista da fé.
Aí, está o X da questão: Devem
expor-se, desde que isso não comprometa nem a imagem dele ou dela nem a
imagem da Igreja. Velhos comunicadores devem incentivar os novos, mas
não devem ter medo de opinar, quando veem sinais de perigo para a
Igreja. E há perigo num horizonte bem próximo. Para isso vale a
experiência de, no mínimo, 40 anos de catequese e de estudos. Criticar
sem fundamento é cruel, mas omitir-se e não alertar o jovem pregador de
agora também pode ser funesto para a Igreja. Se o jovem não quiser
ouvir, pelo menos o velho pregador não teve medo e não se omitiu. Lembra
a função do pai ou avô lúcido que só se envolve quando vê que os mais
novos estão cruzando a linha do sensato.
Pe. Zezinho, scj
Pe. Joãozinho, scj
Lançamento pela Editora Santuário:
http://editorasantuario.com.br/produtos/detalhe/1135/chamados_a_cantar_a_fe
Que joias de livros!
ResponderExcluirGanhei esse livro há dois dias e já virou meu livro de cabeceira. É realmente muito bom, com muitas reflexões. Todos que evangelizam pela música deveriam ter!! Carol, SP
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