segunda-feira, 12 de julho de 2010

Artigos - 12 de Julho




PERDÃO POR NÓS, PERDÃO POR ELES!

Pediram-me que escrevesse sobre o tema que os bispos e o papa já abordaram com maior maturidade e autoridade. Mas lembro-me de um incidente que sacudiu uma cidade nos Estados Unidos no tempo em que eu lá estudei. No Middle East, uma cidade acordou em luto pela morte de oito garotas covardemente assassinadas por um desequilibrado. Seus parentes que nada tinham a ver com o caso preferiram não dar entrevistas, mas em nome da família, um deles pediu perdão à sociedade americana. Daquele dia em diante sua família carregaria para sempre o peso dos atos dele.

O mesmo fez um irmão mais novo no sul do Brasil, ao saber, dos crimes de seu irmão mais velho. Pediu perdão em nome da família. A cidade entendeu que não poderia culpar pai, mãe, irmãos e irmãs, porque, disse a vice-prefeita, na família de qualquer um poderia acontecer a mesma tragédia. A cidade resolveu não culpar toda a família. Seria injusto!

Agora que se fala dos pecados de alguns membros do clero católico e é o que mais aparece na mídia, a tentação é de nos defendermos dizendo que outras igrejas também têm criminosos e pedófilos. Isso não mudaria o fato de que os há entre nós. Da mesma forma que temos a obrigação de respeitar os bons médiuns, os bons pastores, os bons rabinos e os fiéis das outras religiões quando se noticia que um deles errou, esperam-se deles que nos respeitem. Mas fez bem o papa e não se esperava outra coisa dele quando pediu perdão e determinou providências.

Doeu, dói e doerá muito na igreja o pecado que há nela. Dói também nas outras. Mas é bom não esquecermos os santos de todas elas, os consagrados e os abnegados que os há em grande quantidade. E nem faz sentido acusar os jornalistas. Eles deram cobertura a João Paulo II, a Dom Helder, a Madre Tereza de Calcutá, a Irmã Dulce, a Padre Josimo e a Irmã Dorothy. Mostraram nossos mártires. Quando retrataram as acusações, mostraram as provas e deram ao entrevistados a chance de explicar-se fizeram o que faz a mídia. Gostaríamos que mostrassem apenas os nossos santos. Não o fizeram!

A nós compete perdoar e pedir perdão. Os caluniados, perdoem, os que de fato erraram e há provas, peçam perdão. A Igreja perdoe, ore, eduque e re-eduque. E não há um só ser humano que não precise de perdão. Quem tem fé humilhe-se, porque igrejas não são feitas de anjos. Não é sem razão que começamos nossas missas acolhendo-nos e pedindo perdão! Sirva-nos sempre o texto de Paulo em Mateus 7,10-

O leitor o leia! É um retrato do que somos!


MIDIA, FOLHAS E FORMIGAS.

Não existe mídia leve. Existem programas leves. Quem quiser se dedicar de corpo e alma à mídia como formador de opinião, saiba que se trata de trabalho agradável, e certamente terá seus bônus, mas não sem seus devidos ônus. Serve para jornalista, colunista, radialista, apresentador, político e pregador de moral e costumes. Em algum momento o comunicador que fala diante de um microfone ou de uma câmera baterá de frente com alguma outra corrente de pensamento. Ai verá se tem ou não tem cacife para dialogar.

Dias atrás, mais uma vez tomei tempo para seguir um carreiro de formigas. Essas pequenas trabalhadoras me encantam; elas, as aves e as abelhas. Notei mais uma vez que pelo menos 99% delas levavam carga que podiam levar. Pareciam ter consciência do peso a levar, do próprio corpo, das próprias forças, da distância, dos ventos e dos empecilhos. Um grupo delas levava uma companheira morta. Outro grupo de cinco partilhava um pedaço maior, estilo força tarefa.

Mas vi algumas, poucas, é verdade, levando penosamente uma carga duas ou três vezes maiores do que as demais. No caminho, havia pedaços grandes abandonados.

Pensei na no carreiro chamado mídia! Vivi o suficiente para conhecer as histórias de Marilyn Monroe, Judy Garland, Frank Sinatra, James Dean, Elvis Presley, Michael Jackson, Elis Regina, Jim Jones, Soeur Sourire e centenas de outros, para quem a fama pesou demais. Foi pedaço maior do que podiam carregar. Houve os que desistiram, os que se mataram, os que saíram chamuscados.

Mídia é organismo vivo. Como cavalo xucro escoiceia e corcoveia. Não é todo peão que a doma. Mídia é como sol quente das 10h às 16h. Quem, sem a devida proteção, se expõe demais ao seu brilho sai cheio de pústulas e queimaduras. Mídia é como pedaço de folha grande que a formiguinha achou que poderia levar, mas cambaleou e desistiu. Esperto é quem sabe o que montar, e como montar, e quando pular da sela. Esperto é quem sabe quanta luz agüenta. Esperto ainda, quem sabe o que pode e o que não pode.

Demonstra pouco critério e pouca inteligência emocional aquele que de tal maneira se apaixona pela mídia que aceita qualquer coisa para ser notado. Ao invés de agente transforma-se em objeto, ídolo, comunicador sem liberdade de ir e vir. A ironia das ironias é que os que mais se expõem e se oferecem à multidão são pessoas que já não se possuem. Como droga, mídia às vezes vicia e escraviza.

Formiga esperta só leva o que pode levar. Comunicador esperto nunca se super-expõe!


MENOR QUE UM ALFINETE

A caminho de Porto Alegre, num domingo à tarde dei-me conta, não faz muitos anos, da importância das coisas pequenas; para o bem e para o mal. O carro parou e não havia jeito de fazê-lo funcionar. Eram três da tarde e o avião partiria às sete. Telefonamos ao pároco e um mecânico generoso veio de carro até nós, para constatar que um reles, rele Zinho causara toda a confusão. Tinha o tamanho de uma cabeça de alfinete. Mas aquela pecinha parou um carro de duas toneladas. Consertou-a e seguimos viagem, agora refletindo sobre a importância das pequenas coisas.

Escapa-nos à reflexão, mas um pequeno coágulo pode nos matar, uma infecção numa unha pode nos levar, uma bactéria rebelde pode acabar com o leão, com o hipopótamo e o elefante. O pequeno mosquito da dengue derruba um rapaz de um metro e noventa. E foi um palito de fósforo que pôs fogo em dez hectares... Para o bem e para o mal um pequeno objeto pode afetar milhares de vidas.

Dias atrás meu computador enguiçou. Outra vez foi uma pequena peça que mal cabia na minha unha, a causadora do problema. Uma tecla de acréscimo afetou a conta bancária de um amigo meu. Ele confirmou duas vezes o que jamais poderia confirmar. Apertou o s pela segunda vez...

Quando, pois, Jesus manda valorizar os pequenos gestos e diz que um copo d água pode fazer a diferença (Mt 10,42); quando compara ao Reino de Deus a um grão de mostarda que, depois de semeado e crescido, aninha aves nos seus ramos (Mt 12, 31) oferece-nos a catequese das pequenas coisas. Um pingo no i, uma palavrinha mal usada, um pequenino grão de trigo, (Jo 12,24) sete pães e alguns peixes, (Mt 15, 34) ou cinco pães e dois peixes (Mt 14,17), uma fé pequena mas forte, tudo isso faz a diferença. Jesus não se rege por números nem se impressiona com gestos grandiosos e teatrais. (Mt 7,15-22) A mulher que depositou duas moedas no templo fez mais do que muitos ricos.(Mc 12,42) Um pouco das pombas e um pouco das serpentes ajuda a viver. (Mt 10,16) O pequeno rebanho não deve, pois, ter medo. (Lc 12,32) Deus olha o conteúdo e oferece o discernimento.

Em época de grandiloqüências e teatralidade, de excesso de mídia e de enxurradas de mensagens, pirotecnias e espalhafatos. (Lc 9,54) em tempo de poderosas luzes a iluminar os pregadores, talvez seja de bom alvitre insistir no simples e no pequeno. Não deixa de ser uma forma de cultura! Francisco e sua simplicidade
Ainda seriam o melhor púlpito e o melhor sermão para o nosso tempo. Ele talvez usasse a mídia, mas não perderia a pequenez.


MISERICÓRDIA DE FUNDO DE QUINTAL

Conto uma estória sem os nomes, mas acontecer, aconteceu! Casados por 18 anos, três bonitos e serenos filhos, ele deu de beber, jogar e procurar mulheres. Culpa dela é que não era, posto que continuava bonita, dona de si e excelente educadora. Mas havia alguma coisa a mais que ele queria e não achava nela. Foi reviver suas liberdades de solteiro com meninas da idade da filha.

O casarão construído com os lucros de uma firma de sucesso não mais o atraia. Chegava tarde e saia cedo. Deu de dormir no sofá. Perdera o interesse pela esposa. Um dia, deixou claro que gostava mesmo era de gatas... Ele tinha o que elas queriam e elas tinham o que ele queria!

Ela o preveniu contra os arranhões. Disse que a casinha de fundo estava à disposição dele, desde que não trouxesse as gatas para a casa. No quarto, não o queria mais! Nem se tocou; continuou indo aonde não devia e voltando para dormir no fundo do quintal. Os filhos, é claro escolheram a mãe.

Com o tempo ele degringolou. Nem voltar, voltava. Ia da firma para a festa. Montou apartamento e viveu com três outras meninas no curto espaço de dez anos. Um dia, o coração bateu errado. Foi achado no apartamento à beira da morte, depois de uma noitada com mais uma menina de programa. Ela confessou que rolaram bebidas e drogas.

Não viveria muito! Ai entrou em ação o perdão da esposa católica apostólica romana que não divorciara, resistira a outros homens, não o entregara ao demônio e silenciosa e sofrida o recomendara a Deus. Seu casamento tinha sido para sempre! Acolheu-o e cuidou dele. Envergonhado, ele não quis sair da casinha de fundo. Morreu aos 60 anos, nos braços dela. Foi misericórdia de fundo de quintal.

Conclusões? Cada qual tire as suas! Mas está aí um tipo de fidelidade cada dia mais raro. Ela realmente o amara. Ele, nem tanto. Quando ela disse o sim foi para sempre. Quando ele começou a dizer não, ela insistiu sofrida, mas serena no seu sim. Esperava que ele se convertesse e saísse do infantilismo para o qual regredira. Não deu certo. Ele se mostrou incapaz de superar o gosto pelo aplauso, pela bebida e por mulheres. Dinheiro ele tinha para bancar a família e as noitadas! Amigos e funcionários tomaram o lado dela. Sobraram os novos amigos dos quais nenhum prestava.

Boba? Trouxa? Senhora? Adjetivos não mudariam uma pessoa assim substantiva. No dia do enterro a cidade estava lá, muito mais por causa dela! Sumarizou o fato um respeitado jornalista:- “Ele ganhou um belo túmulo, mas para ela a cidade deveria erguer um monumento! Amores como este andam cada dia mais raros”...

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MIL CANÇÕES PARA MARIA... O novo CD do Padre Zezinho.



MIL CANÇÕES PARA MARIA... O novo CD do Padre Zezinho.

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2 comentários:

  1. RODRIGO, GOSTARIA MUITO QUE VC DIVULGASSE O PROGRAMA CANÇÕES QUE A FÉ ESCREVEU QUE APRESENTO NA FM PADRECICERO 104,9 AKI NA CIDADE DO JUAZEIRO DO NORTE. SAIBA QUE USO MUITO DO SEU BLOG PARA FAZER O PROGRAM QUE SÓ TOCA PADRE ZEZINHO. danylopescrato@hotmail.com abraços! Daniele

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  2. Como conseguir as cifras deste cd. Preciso muito!!! é que toco teclado e iria me ajudar bastante. Alenice/ estado- pe

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