quinta-feira, 23 de julho de 2009

Artigo - Padre Leo, scj


O pregador padre Leo




Na última conversa que tivemos pedi a ele que vivesse, porque eu sentiria falta das nossas brigas. Éramos amigos de um dizer ao outro o que tinha que dizer. Foi meu aluno e eu permitia avaliação da minha comunicação nos minutos finais de 90 minutos de aulas. No futuro seriam avaliados a cada sermão. Um dia, ele me deu nota 6. Achou que vim despreparado. No dia em que ele improvisou uma resposta que não tinha porque não lera a matéria dei-lhe a mesma nota. Mas foi coisa de professor e aluno. Ele e eu sabíamos que minha tarefa era ajudá-lo a situar o seu talento. E frater Leo Tarcisio Pereira, mais tarde Padre Leo scj era um pregador-ator. Ele sabia dar vida a tudo o que narrava. Era desses iguais a quem não se verá em décadas.

Não há pregadores perfeitos. Padre Leo sabia que não era. Eu sabia e sei que não sou. Por isso, embora me admirasse muito, às vezes ele me criticava. Às vezes eu, que tenho o costume de gravar as pregações religiosas para meus estudos e para as aulas de “Prática e Crítica de Comunicação das Igrejas”, mostrava a ele trechos de suas pregações que considerava inadequadas ou em falta. Ele esperneava, mas acaba agradecendo. Padre Leo nunca esqueceu que tive algo a ver com sua trajetória. Apostei no seu talento de pregador-ator. Era assim desde Itajubá. E seu talento era tal que, às vezes, fazia vôos perigosamente rasantes. Os vocábulos poderiam ser um pouco mais nobres... Dizia eu. De fala em fala, de correção fraterna em correção fraterna, acabávamos no entendendo. Éramos dehonianos e supostamente padre de pregação cordial. Aquela cruz e aquele “scj” que levamos nos dava esse direito.

Depois de ouvir sua palestra para família, felizmente registrada com o título “Restaurar a vida familiar” entendi que deveria mostrá-la em aula aos futuros pregadores. Ali o Padre Leo mostra todo o seu talento quase completo, -se é que isso existe-, de padre-pregador-contador de histórias-comediante-homem-sério-e- contundente, imitador e orador com um tema forte e um objetivo. É um exemplo das muitas pregações do Padre Leo, que considero um dos melhores pregadores que já vi atuar na mídia nos últimos 30 anos.



Nós dehonianos somos gratos ao Monsenhor Jonas Abib e à Canção Nova que deram a ele o púlpito que Padre Leão não teria entre nós. Onde estamos e atuamos, ele não repercutiria como repercutiu no Brasil e no mundo. Digamos que nós o preparamos e Monsenhor Jonas lhe deu os instrumentos. Ma ele já vinha dos inícios da RCC, da qual era admirador entusiasta, mas que nunca deixou de analisar com isenção. Amava-a e lutava por ela como fez pela congregação, mas tinha o hábito de falar o que pensava. Era uma de suas muitas qualidades.
Mas o pregador-ator, com uma simples e pequena história levava o povo a rir e a chorar e em cinco minutos conseguia trazer à luz alguma passagem bíblica marcante. Sobre ela desenvolvia sua catequese que parecia zigue-zague, mas na verdade era sólida, linear e transversal. Ele brincava e arrancava risos, mas ia ao ponto. Brinquei algumas vezes dizendo-lhe que ele nunca seria um Padre Antônio Vieira porque seu português não era nada rebuscado e escorreito, embora dele fosse capaz se o quisesse. Mas fiz ver que ele se tornara um pregador atualíssimo que sabia por que estava na mídia e compreendia o que significa enfrentar duas ou três câmeras sobre o seu púlpito. Padre Leo entendeu como ninguém a importância do púlpito eletrônico.


Optou conscientemente pela fala de mineiro para chegar ao povo e chegou. Escolheu aquela linguagem. E a exerceu muito bem, com algum eventual exagero que ele mesmo reconhecia.
Esses dias vi meu vídeo, gravado na TV Século XXI, perto do Padre Eduardo Daugherty sj : “A cura da minha família”. Logo a seguir, liguei a do Padre Leo: Restaurar a vida familiar. Mesmo estilo, conteúdo semelhante, mesmas idéias, jeito peculiar de cada um. Mas percebi seus recursos. Eu tenho a canção, e ele tinha seu jeito de contador de “causos”, estilo compadre mineiro.


Vindos da mesma região há coincidências de conteúdo e de estilo entre professor e aluno, mas tínhamos, em comum, a marca “dehonianos”. Assim como consigo ver o estilo franciscano, jesuíta , dominicano, redentorista, percebo que há, sim, um jeito que, entre nós, passa de um para o outro. Nunca haverá um outro Padre Vitor, mas haverá outros redentoristas com a mesma força de chegar ao povo. É marca da congregação. Por idade, eu, ele, Padre Joãozinho, Padre Fábio que estudou 16 anos entre nós, Padre Marcial, e pelo menos vinte outros colegas bebemos do mesmo poço. Mas entre nós todos, Padre Leo foi quem mais assimilou a linguagem midiática. Dominava o palco e o púlpito, mas não era ele quem brilhava. Conseguia fazer o púlpito e a Bíblia brilhar. Tornava-a interessante. Seus ouvintes sentiam a curiosidade de ler o que Ele contava de maneira tão viça e atual. Era uma das coisas que eu mais elogiava nele. Não há pregadores perfeitos, mas se alguém quiser saber como se postar diante de câmeras e microfones, e como criar o clima para chegar ao cerne da pregação, recomendo o saudoso Padre Leo. Sua última fala terminou com a canção da minha autoria “Alô, Meu Deus”. Ele gostava dela. A letra fala da volta ao ninho da fé. No caso dele, o ninho era o céu.

Alô Meu Deus (Pe Zezinho, scj) - Padre Leo


Achei que deveria prestar-lhe este tributo. Dizem que minhas canções ainda serão atuais muitos anos depois que morrer. Bondade dos amigos, porque nem todos pensam o mesmo. Mas digo isso de seus sermões e palestras. Continuam marcadamente atuais. Graças ao milagre da mídia, Padre Leo não passará tão cedo. Ele não se repetia. Mesmice não era com ele. Eu diria que sei por que. Do seu jeito de padre mineiro engraçado, mas sério, Padre Leo descobriu a linguagem da grande maioria dos brasileiros. Entre uma e outra lembrança, ainda me surpreendo a rir com ele.

Padre Zezinho, scj
José Fenandes de Oliveira

domingo, 19 de julho de 2009

Vídeos

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http://www.youtube.com/profile?user=mcproducoes&view=videos

Pensar Como Jesus Pensou

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O programa “Pensar Como Jesus Pensou” é uma catequese diária, onde o Pe. Zezinho proporciona um momento de ensinamento, paz e reflexão para você Pensar como Jesus pensou.É exibido diariamente pela TV APARECIDA e a cada dia o Pe. Zezinho fala de um tema diferente orientando os cristãos sobre como reagir diante das inquietações do nosso dia-a-dia.Os vídeos do programa podem ser assistidos, na íntegra, na página da TV APARECIDA no Youtube: www.youtube.com/tvaparecida .
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O programa acontece de segunda a sexta às 7h55 e 13h25
Sábados às 7h55 e 10h05
Domingos às 19h40

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MILENE MARQUES
Assessoria de Comunicação
milene.comunicacao@tvaparecida.com.br
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quinta-feira, 9 de julho de 2009

Artigo - O FRÁGIL E PODEROSO MICHAEL JACKSON

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Falar de mídia sem falar deles seria omissão. Falar deles na mídia, sem falar de limites seria ingenuidade. Brancos ou negros, são nomes que marcaram época, alguns desde a infância. Judy Garland, Frank Sinatra, Marilyn Monroe, Elvis Presley, Os Beatles, Madonna e Michael Jackson ganharam fortunas com a beleza, a voz, com a cintura e com os pés. Deixaram o seu recado. E pagaram um alto preço pelo caminho que trilharam.
Mas os críticos são unânimes em dizer que Michael Jackson na era digital de altíssima tecnologia, foi o mais expressivo e o mais revolucionário de todos. Tornou a música visual, mas do que Elvis que a tornou corporal. Todos foram rebeldes, todos deixaram suas marcas, e alguns deles tiveram vidas e mortes trágicas. Não seria exagero dizer que a fama os matou. É preciso ter força interior e um projeto de vida maior do que a fama e a mídia para derrotá-las. Mídia e fama são como tsunamis. Avolumam-se e engolem quem não sabe dos limites ou das margens. Não tem para onde fugir.
Michael Jackson foi mais uma das vítimas da falta de limites e margens da mídia. No palco, ele foi poderoso. Buscava o melhor e o bem feito. Profissionalíssimo, era um perfeccionista. Não havia erros. Nas finanças e na mídia, imbatível até que o dia em que começaram a lhe cobrar o preço de sua não conformidade com seja lá o crime de que o acusam. A justiça diz não ter achado provas.
Forte na arte, na vida era de uma fragilidade que dava dó. Quando morreu, a 25 de junho, com o médico ao lado, supostamente de overdose de remédio, tinha dominado, como nenhum outro astro jamais o fizera, as técnicas da mídia. Daqui a vinte anos ele ainda soará inovador e criativo. Ninguém melhor do que ele conjugou o sonoro com o visual. O menino punido pelo pai, pressionado até à exaustão para ser perfeito tornou-se um dos maiores artistas de toda a historia humana. Teve os instrumentos e fez uso deles. Chegou a quase 2 bilhões de pessoas.
Cantor e dançarino de vastos recursos, ele mudou a mensagem do corpo e recriou a dança popular. Mereceu o título de artista pop. Mercadejou e mercantilizou bem. Fez o mundo dançar. Encarnou a festa do corpo e do som. E ele sabia disso! Dominava os passos, o som e os ritmos, mas parecia não ter domínio sobre sua corporeidade: não se aceitava, embora usasse o corpo de maneira esplendida. Mexeu com ele e com o corpo de bilhões de pessoas, mas acabou, também, mexendo demais no próprio corpo. Tanto interferiu que o deformou. Na época do botox e do silicone, sirva de exemplo o que se deu com ele. Mas, é conselho que o desespero pela estética mais do que a busca da ética não será seguido. Não importam as conseqüências. Quem persegue o corpo perfeito acabará injetando substâncias químicas nele. O preço? Pagam o que for preciso para por alguns anos desfilarem como reis e rainhas da era da estética… Michael Jackson disse que tinha motivos. Respeitemos sua angústia, mas lembremos aos que acham ter motivos que, mais cedo ou mais tarde, o corpo reage.
Dele se pode afirmar que, se soube atuar com o corpo, não soube situar-se com ele. Festejou a vida, mas não soube vive-la. Quis dela mais do que a vida pode dar. Era figura altamente controvertida. Processado, tido como vitima inocente, às vezes visto como monstro, julgado à revelia pela mídia que antes o exaltara, inocentado, explorado, perdeu parte da sua enorme fortuna para resolver seus gigantescos problemas.
Foi anjo? Foi demônio? Nem um nem outro, Foi um frágil ser humano que não resistiu ao peso da indústria do espetáculo e da fama. Fez enorme bem, e nisso parecia São Francisco. Acusaram-no de haver feito irreparável mal. E nisso o viam com um jovem Rasputin. Mas foi inocentado. A justiça não tinha provas. Morreu dizendo-se inocente. Uma parte da mídia o odiava, a outra o amava. Assim, o povo.





Vendeu mais de 700 milhões de álbuns. Nunca ninguém alcançou isso na história do espetáculo. Se os Beatles se proclamaram mais famosos que Jesus, ele foi mais famoso do que os Beatles. Daqui a 2 mil anos veremos o quanto resistirá esta fama. De qualquer forma, Michel Jackson ensinou três gerações mais a dançar do que a pensar. Passou pelos avós, por filhos e por netos. Será lembrado nas enciclopédias como alguém que mudou a historia do corpo, do canto, da dança, do som, do vídeo e do espetáculo. Veio para mexer e mexeu com gerações. Mas pagou altíssimo preço pela opção que fez. Perdeu a liberdade. Nunca pode ser ele mesmo. Não podia sair de casa a não ser com guarda-costas. Não sabia não ser e também não sabia ser ídolo. Queria ser simples, mas não lho permitiam. O show tinha que prosseguir.
Quando criança, o pai lhe proibia quase tudo e ele era obrigado a ensaiar exaustivamente. Quando adolescente, a fama o mantinha isolado. Isolado, morreu depois de ter criado e vendido um parque onde ao menos podia viver suas fantasias. Nos últimos anos, poucos viram o seu rosto. Poucos conhecem o rosto de seus filhos e o de sua segunda mulher. Talvez seja melhor assim.
Michael Jackson é mais uma das grandes vitimas dos barbitúricos, da solidão, da fama e da bilionária indústria do espetáculo. A fama é um trem e quem quiser carona no vagão especial, que pague o preço! E quando mais perto da locomotiva estiver o vagão, mais caro o preço. Mas o desejo de ser aplaudido é tanto que pouco se dão conta da fatura que terão que pagar. Serve para crentes e para não crentes. Lembremo-nos de Marilyn Monroe, de Elvis Presley e Michael Jackson, mas lembremo-nos também de Jim Jones e da Freirinha do Dominique-nique-nique… Elvis era evangélico, Michael tornou-se muçulmano, Jim Jones fundou uma Igreja messiânico-pentecostal e se matou depois de envenenar 800 do seus fiéis. A Irmã Sorriso deixou o claustro para morrer suicida ao lado de sua companheira. Em algum lugar do caminho a religião parece não ter ajudado nem a um nem a outro.
Celebridade nem sempre rima com felicidade! Vem tudo com juros extorsivos. Ele tornou-se um ícone e ícones acabam guardados a sete chaves. As chaves que o isolaram do mundo foram muito mais do que sete; e tão cheias de segredos impenetráveis eram que acabaram por jogá-lo numa redoma. Cantou muito, dançou muito e quase nada falou. Morreu sem ter se explicado a si mesmo e ao mundo.
Deus o entende. Que o maior artista dos últimos tempos e, talvez, de todos os tempos pela repercussão que alcançou, descanse em paz, depois de ter sido ouvido e visto por dois em cada 6 seres humanos do planeta. Ele e Elvis Presley e Marilyn Monroe, têm muito a conversar lá, onde agora estão. Morreram de overdose. Não estavam felizes. Tinham tudo, mas não tinham a si mesmos. Jesus alertou para isso. De que adianta alguém ganhar o mundo inteiro se perde a sua identidade? (Mt 16, 26
Neste mundo eles interpretaram o povo, a mídia e as aspirações e loucuras do seu tempo, mas, depois que caíram nas mãos da implacável indústria do espetáculo, papel assinado, não tiveram mais como ser eles mesmos. Havia uma voz, uma canção, um charme e um corpo a ser vendido… Há um tipo de mídia que mata, a curto e em longo prazo. Se o cantor não sabe quando parar a mídia também não sabe: suga-o até à ultima gota. Michael Jackson virou, desde criança, produto de consumo! Se ele quis isso, nunca saberemos. Só sabemos que foi levado a isso e não soube dizer não. Feliz de quem o consegue. A palavra é “limite”.
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José Fernandes de Oliveira
PADRE ZEZINHO, SCJ
Contatos:pezscj@uol.com.br
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09/07/2009

Artigo - FAMA SÚBITA

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O que houve com Susan Boyle, voz fenomenal, 47 anos, internada em maio de 2009 com sinais de colapso nervoso e com a menina Maísa, 7 anos, que chorou duas vezes por sentir-se deslocada diante das câmeras que ela parecia dominar; o que houve com centenas de pessoas a quem a fama feriu por alguns momentos ou para sempre, merece reflexão.
A notoriedade não é para qualquer pessoa nem para qualquer idade. Há formigas que carregam pesados fardos e chegam ao formigueiro. Outras, sucumbem à caminho, ou abandonam a carga. Têm acontecido com cantores, artistas, sacerdotes, jogadores e atletas. A mídia é veículo, mas pode se tornar um fardo acima da capacidade da pessoa. Isso explica os desvios de conduta de alguns jogadores de futebol que jogam tudo para o ar e tiram férias por própria conta; também artistas que abandonam o set de filmagem e vão embora cuidar de sua vida pessoal; também os religiosos que rompem com a vida espiritual pregressa e partem para o seu projeto pessoal, e isso, em todas as igrejas.
Foram milhares os famosos feridos pela fama. Suicídios, crimes, desrespeito à palavra dada e aos contratos assinados, graves desvios de conduta, sucessivos matrimônios falidos, perda de rumo, graves problemas com a lei ou com o seu público mostram que, tanto entre eles, os notórios e famosos, quanto entre os não notórios cansados de algum fardo, há feridas incuráveis. Mas o drama ganha dimensões catastróficas quando alguém galgou os degraus da fama.
Álcool, drogas, superdoses de medicina, tendência à autodestruição estão na ordem do dia de muitos famosos; não porque são famosos, mas porque no caso deles, a fama tornou-se peso impossível de administrar. Pensaram controlar e acabaram controlados. É que ninguém fica famoso sozinho. Há todo um mecanismo de marketing atrás da fama. É esse mecanismo que sustenta os famosos que, desde o começo se revela maior do que a pessoa promovida.
Os famosos são mais levados do que imaginam ir. Como a criança no carrinho dos tutores que não deseja ir onde a levam, alguns famosos esperneiam, querem fugir do contrato, tentam saltar fora e arcar com menos compromissos, mas nem sempre conseguem. “ The show must go on” dizia-se em Hollywood. Pararam de dizer, mas ainda o fazem. Em outras palavras, vale o show e não o artista, nem mesmo o artista número um! Há milhões de dólares em questão!



Aí a fama começa a doer. E é sofrimento mortal que alguns tentam amenizar com drogas. Em alguns casos, como o de Elvis Presley, Marilyn Monroe e Michael Jackson e Elis Regina, que perderam o controle do que ingeriam e do pastor Jim Jones que perdeu o controle da fé que anunciava, chega-se ao ponto do não retorno. Algum dia virá a super-dosagem. O tristemente famosos pastor matou-se e matou mais de 800 fiéis ao ver que sua Jonestown corria o risco de não dar certo... Não soube voltar atrás. Apostara demais no seu projeto.
Crianças pagaram um alto preço pela notoriedade. De Shirley Temple a Maísa, há que se distinguir o que para uma criança é brincadeira e quando deixa de ser. No caso de Maísa, a simpática e prendada menina de sete anos, sinalizou com clareza que a brincadeira do ancião e famoso apresentador tinha ido longe demais. A brincadeira dele a feriu. Shirley Temple que, na sua época, encantou milhões de cinéfilos amargou um terrível ostracismo ao deixar a infância. Com ela, Pablito Calvo e centenas de crianças midiáticas. A vida se lhes mudou radicalmente depois daqueles dias de holofotes.
Marilyn Monroe, Janis Joplin, Elvis Presley, Judy Garland, Michael Jackson, Elis Regina, Cássia Heller, quinze ou vinte famosos brasileiros, são apenas alguns dos mais conhecidos entre os mais de mil nomes de pessoas famosas que por um momento, ou por anos a fio perderam o controle e a paz. O caso da subitamente famosa Susan Boyle que, vivendo fama súbita de algumas semanas, precisou de ajuda logo após ter perdido uma competição, mostra que, às vezes, o peso da fama tira a pessoa do seu eixo.
Não acontece apenas no mundo artístico. Jogadores de futebol, atletas e até religiosos guindados à fama perderam, com facilidade o referencial e mudaram radicalmente de postura. Pensavam controlar a publicidade, mas foram por ela controlados. A fama, tanto quanto a mídia, são cavalos xucros. Feliz de quem consegue montá-la por anos a fio, sem cair. Na arena, a média é de cinco a oito segundos. Na vida, alguns passam décadas diante das luzes. Outros, porém, em menos de dois anos acabam cegos pelos mesmos holofotes que tanto cortejaram. A formiga cortara pedaço maior do que poderia carregar!
Quantos entre nós podem garantir que seriam mais fortes? Oremos pelos famosos. Alguns buscaram desesperadamente os pesos que hoje carregam. Outros não buscaram, mas descobriram-se famosos. Uns e outros sofrem. Mas quem quis a fama sofre mais. Muito provavelmente fez concessões que não deveria ter feito.
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José Fernandes de Oliveira
PADRE ZEZINHO, SCJ
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30/06/2009

Artigo - MAÍSA E A MÍDIA

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De São José dos Campos, 7 anos de idade, ela é uma simpatia, criança prodígio, fenômeno de mídia, inteligência acima da média, pensamento infantil, mas lógico e articulado, atriz-mirim dos sonhos de qualquer cineasta ou diretor de televisão. Não é todo dia que aparece, na mídia, uma Shirley Temple ou uma pequena Maísa.
Os pais a levaram, Raul Gil, um descobridor de talentos a valorizou e tratou-a como criança “na” mídia, mas não “de” mídia. Entendeu os limites da infância de Maísa. Silvio Santos assumiu-a no seu programa, mas tratou-a como criança “de” mídia. Era como se ela soubesse das implicações do novo papel.
Para Maísa, enquanto estava na mídia, mas não era de mídia, a brincadeira foi boa. Mas aos poucos foi ficando séria. Uma coisa é ser “do” condomínio e outra é ir lá e estar “no” condomínio. As obrigações são menores. Maísa, aos 7 anos, não conseguiu brincar e ser atriz mirim, funcionária do SBT. Silvio Santos não conseguiu deixar de ser patrão. Imagino que ela era remunerada pelo ibope que dava à emissora. Imagino que os pais sabiam dos limites da sua filha. Quero imaginar também que compreendiam o alcance da brincadeira-trabalho de sua pequena Maísa.
Quem viu os programas e o passar do tempo, percebeu a mudança. Eu mesmo gravei um dos programas e mostrei-o aos meus alunos de Prática e Crítica de Comunicação. Eram um diálogo sobre religião, Adão e Eva, paraíso, castigo, Deus... Eram dois fenômenos de mídia: o velho e vivido apresentador, capaz de comunicar-se com qualquer pessoa e a criança que dominava as luzes e as câmeras. Ele, fazendo perguntas capciosas, um pouco adultas demais, para provocar a argúcia da menina, ela, respondendo do seu jeito brincalhão porque para Maísa, falar e aparecer diante das câmeras ainda era um brinquedo.
Mas algo deu errado. Maísa chegou ao seu limite. A brincadeira um dia doeu, como dói brincar de cordas, em cima de uma cadeira. Num dos pulos, a criança cai e esfola o rostinho e o joelho. Em cima do palco e sob os holofotes, Maísa chorou sentidamente quando se viu super-exposta e chamada de palavra que não lhe agradou. Bateu a cabecinha contra a câmera e, assustada com algo inusitado, voltou a ser a criança normal que diante de um triz deixa de ser atriz. E o triz foi a humilhação a que se sentiu exposta.
O apresentador de tantas décadas certamente não quis humilhá-la, até porque é pessoa gentil e de fino trato. Brincou, mas Maísa não estava mais na peça. Atrizes disfarçam e seguram o temperamento diante da multidão, mas crianças simplesmente param de brincar. Aqui entram os pais, a platéia, os telespectadores, os educadores, os psicólogos, os juízes e o ibope. Sabiam os pais até onde Maísa poderia ir? Entendia a platéia que Maísa estava trabalhando demais e, às vezes, em situação de adulta? Perceberam os telespectadores que a cordinha esticara ao máximo? E os juízes? Viram? Esperaram o momento de agir? E o ibope? E a mídia. Não foi mídia demais para aquela cabecinha?
Fica a reflexão sem julgamentos. Crianças, por mais brilhantes que sejam, não estão prontas para tanta exposição na mídia que não poucas vezes tritura as pessoas para saírem do outro lado do tubo no formato certo. Também não estão prontas para montar cavalos xucros na arena. Que montem, no máximo, um carneiro manso ou um mini-jegue. O tombo será mais engraçado e menor. Mas que para elas seja brincadeira. Se uma delas cair, não se humilhe a criança que caiu.
Dizem que o juiz proibiu sua presença naquele formato e naquele programa. E o Sr. Abravanel, vulgo Silvio Santos, um dos mais experimentados apresentadores das últimas décadas sabia ou não sabia? Se não sabia faltou-lhe a maior das percepções. Se sabia, arriscou, pelos pontos na audiência. Ele que domina a mídia, não teria desta vez escorregado pelos pontos da audiência? Ou era também uma brincadeira de vovô que não queria ter dito o que disse? Chamar uma criança de covarde ou medrosa na frente de milhões de amiguinhos e telespectadores é coisa altíssimo risco. Quem leva crianças à televisão precisa refletir sobre isso. “Na” mídia, ou “de” mídia? Que o “script” delas seja maleável. Crianças, quando sobem mais alto, correm mais risco de se machucarem. A televisão, como suas torres, é mais alta que montanha.
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José Fernandes de Oliveira
PADRE ZEZINHO, SCJ
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17/06/2009

Artigo - EM BUSCA DA LINGUAGEM CERTA

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A comunicação humana é feita de linguagens. E linguagem é mais do que vocábulos enfileirados. Não se prega apenas com a linguagem falada: existe a escrita, a dos sinais, a dos gestos, a de palco, a de rádio e a de televisão, existem o teatro e a música... Assumir uma linguagem equivale a viajar em veículo especial ao encontro dos outros. No veículo, quem vai precisa saber conduzir. Não se pode dirigir bicicleta como se fosse moto, nem moto como se fosse carro, nem carro como de fosse avião. Todos os veículos têm as suas vantagens e os seus limites.
Falemos das linguagens religiosas. Há religiosos pregadores não se importam muito com essa distinção e até se ofendem quando alguém lhes diz que usam de maneira errada um veículo certo. Na verdade, embrulham conteúdo bom em pacote errado. Fica pior quando o conteúdo é ralo e repetitivo, por falta de mais cultura e mais leitura, e, ainda por cima, a linguagem é exagerada.
Falar em linguagem de púlpito, com voz de púlpito para ressoar em abóbada que não existe é emitir o som errado no microfone e no lugar errado. O pregador teria que achar o tom e a altura do seu discurso sem gritar ou falar ao microfone perto demais. Quando a voz sai empolada e impostada, quando o povo mal ouve o que ele grita ou murmura, é sinal de que, embora o pregador use de vocábulos e termos teologicamente corretos, adota a linguagem errada. Ignorou a linguagem do microfone, onde o som mal utilizado prejudica o conteúdo.
Uma coisa é o idioma, outra, a linguagem pela qual o idioma passa. Microfone raramente é para gritar, exceto em estádios ou praças públicas e, mesmo assim, devidamente controlado.
Luzes e câmeras, lugar, posição dos pregadores ou cantores no palco, postura, trajes, uso de pequenos recursos e das cores adequadas, tudo isso requer engenharia e parceria. Se for para ser visto, que o pregador se mova, mova os olhos, mova a cabeça, os braços e as mãos como quem conta uma história ou leva à reflexão milhares de pessoas que estão em casa confortavelmente instaladas num sofá e facilmente sujeitos à distração.
A linguagem que vem pelas câmeras precisa ser mais envolvente, menos estática e muito mais cheia de detalhes que não ofusquem a fala nem o canto. Pregadores que não se mexem, ou que mal conseguem mover os dedos, tal a exigüidade dos gestos, parecerão estátuas.
Pregadores que pulam saltam, reviram os olhos, mexem-se demais, parecerão bonequinhos de desenho animado. O exagero dos gestos, bocas e olhos desmesuradamente abertos, exuberância estudada, já que no cotidiano não são assim, podem chamar demais a atenção do telespectador para a pessoa do pregador e não para a sua mensagem, que talvez seja boa.
Deitar e rolar no chão enquanto prega, engatinhar, agachar-se, pular pelos corredores do templo o diante das crianças pode dar certo com o grupo de dança, ou com a catequista a ilustrar o sermão ou a mensagem antes da missa. Mas, se o pregador fizer isso, terá usado as câmeras com gestos errados. O decoro da liturgia exige moderação do seu presidente. Boa intenção requer, no mínimo, boa reflexão e boa direção. Quem ainda não estudou a linguagem dos gestos e do visual e o impacto dessa linguagem sobre o telespectador precisa aconselhar-se com quem a conhece. Para isso, existem diretores de palco e professores de dança ou de cerimonial. É só convidá-los!
Quem vai conjugar duas ou três linguagens numa cerimônia precisa saber como usá-las. Gesto é uma coisa, dança é outra, som é outra. Além disso, existe o conteúdo que é também uma linguagem. Será de libertação? Será de louvor? Será carismática? Será sócio-política? Será de exortação? Será de testemunho? Será litúrgica?
Vejo muitos pregadores preocupados em aprender a linguagem do rádio e da televisão. Isso é bom. Vejo outros totalmente despreocupados, a improvisar gestos e mergulhos e pulos durante a liturgia, a soltar gritos, canções e melodias inadequadas para o momento. Vejo celebrantes a pegar o violão ou a sanfona, interromper a missa e cantar como se fosse este o seu mister. Vejo quem não tem o dom de compor a inventar melodias estapafúrdias e harmonias impossíveis, a sair do tom, teimando em cantar e inventar prefácios ali, no ato! É um desastre. Fiéis que conhecem música saem rindo da celebração. Equivale a mandar um jogador de pé quebrado chutar pênalti, ou um gago improvisar um discurso na festa de formatura. Gagueira é limite que quem tem administra, falando na hora certa e no lugar certo. Há momentos em que o gago diz com humor: -Não pó..pó...ss..ço, tenho limite na fala! Ch... Chamem outro!
Vejo tecladistas ou guitarristas improvisando melodias pobres durante a consagração e a distrair os fieis com seus “ding ding ding dong” repetitivos e fora de lugar, até porque não se deve tocar música durante a consagração. Vejo danças mal ensaiadas, gestos mal ensaiados e pergunto-me se não poderiam ser melhores. A resposta é: poderiam!
Há cursos de dicção, de linguagens, de dança e de música que os fiéis poderiam freqüentar para passar aos demais. Há professores que poderiam dar aos celebrantes algumas dicas de como usar os microfones e como se postar diante das câmeras. Em muitas comunidades nada disso é feito. O resultado são liturgias, ou exuberantes demais com palmas e danças e cantos fora de contexto, ou com gestos tímidos demais que mais lembram uma estátua falante do que um ser humano a discursar com todo o seu ser.
Acharemos a linguagem? Algumas igrejas acharam e colhem o resultado da postura de seus pregadores. Mesmo que discordemos do que dizem, eles estão sabendo dizê-lo. Se aparecer demais e de maneira atabalhoada é ruim, aparecer de menos também é.
O padre que, diante das câmeras, beijou as chagas de um rapaz ferido por um tiro de bandido, para demonstrar solidariedade, talvez tivesse a melhor das intenções, mas usou do gesto errado. Exagerou. Bastaria ter tocado nas mãos do moço e conversado com ele. O rapaz falava! Seu gesto dramático foi exuberante demais, porque visou às câmeras, uma vez que, logo a seguir, falou com o apresentador e não disse uma palavra ao moço ferido. Gesto televisivo, mas não cristão!

É justo que o povo pergunte se ele faz isso na igreja dele. Naquele momento, pareceu mais um ator a desempenhar o papel do bom samaritano que vê o enfermo como parte do teatro, mas quer mesmo é ser filmado. No caso, valeu mais o seu gesto do que o enfermo ali presente. Eis aí um exemplo de uso errado da linguagem das câmeras. É a tentação da microfonite ou da holofotite aguda, onde vale mais quem fala ou aparece do que aquilo que é dito ou do que a pessoa a quem foi dito.
Gestos traduzem um pensamento. O padre que foi visitar os amigos famosos que atropelaram e mataram um casal deveria também ter visitado a família do casal atropelado. Se o fez, deveria ter pedido à mídia que cobrisse as duas visitas. Em primeiro lugar, deveria ter exigido privacidade. Não havendo, deveria ter exigido a mesma cobertura. O que apareceu na mídia foi metade da linguagem.
Tomemos cuidado. Se somos aprendizes de pregação- e sempre o seremos-, convém aprender com quem sabe. Muitos de nós, que achamos que sabemos, na verdade, não sabemos. O diretor de palco pode errar, mas um pregador sem direção de alguém pode errar muito mais. Apresentar-se é matéria importante em qualquer curso de relações humanas, mas muitos pregadores nunca o freqüentaram, nem acham que precisam. Se o fizessem, melhorariam as suas pregações!


José Fernandes de Oliveira
PADRE ZEZINHO, SCJ

30/06/2009

Artigo - A MÍDIA E A OPINIÃO PÚBLICA

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Que os políticos têm força, é evidente. Que a mídia no Brasil é um poder, está mais do que claro. Que a opinião pública pende mais para o que diz a mídia do que para o que dizem os políticos, também é claro. O episódio que envolveu o deputado Sérgio Morais, do Rio Grande do Sul, a reação da mídia, e com esta, reação a do povo, serve de exemplo para qualquer estudioso de comunicação.
O deputado disse em franco desafio à mídia, em Brasília, que pouco se lixava para a opinião pública. Deixou claro que, com ou sem a influência da mídia, ele se elegeria. Era um poder desafiando o outro. Com relação ao seu reduto eleitoral, talvez tenha dito uma verdade. Mas sua verdade se circunscreve àquele reduto. Ao provocar, no centro do poder, o poder dos jornalistas, houve imediata reação e, como sempre, quem chegou mais depressa ao povo foram os jornalistas. O povo que não vota no deputado reagiu, sentindo-se também provocado, posto que a fala do deputado menosprezou o nosso sistema eleitoral. Deu a entender que deputados não precisam nem de mídia, nem da opinião pública; ledo engano!
Perdeu o cargo, prejudicou a relação políticos-noticiaristas. Se for verdade que um político não deve se deixar influenciar pela mídia, também é verdade que esta não pode ser influenciada pelos políticos. A opinião publica precisa ouvir, ler e ver o que acontece no centro do poder. Quem traz esses dados ao povo é a mídia. Os deputados precisam dessas notícias para chegar lá. . Menosprezando o pensar do povo e a mídia sediada na vizinhança do Congresso o deputado foi longe demais na sua provocação. Podemos não concordar com os jornalistas, mas sem eles nossa democracia seria bem mais pobre, como seria sem eleições, sem política partidária e sem partidos. Errou o deputado e já pediu desculpas, A mídia por sua vez, mostrou que tem poder. Derrubou o deputado do cargo que exercia. O público tomou partido, mas isso não lhe tira a opinião que faz sobre os partidos, a mídia, a Igreja, os sindicatos e as outras forças do país. Dessa vez o povo ficou com a mídia e contra o deputado. Amanhã o povo talvez castigue os jornais... Opinião pública é coisa séria. Não é bom ignorar forças vivas de um povo. Se o deputado não sabia, agora já sabe!
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José Fernandes de Oliveira
PADRE ZEZINHO, SCJ
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23/06/2009

Artigo - UM ESTUPRO E DUAS MORTES

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O assunto acirrou preconceitos, ódio e agressões. Mas fatos são fatos. É tão anormal deturpá-los ou reduzi-los, quanto fugir deles. De um lado, uma inocente menina de nove anos que, por estupro de um padrasto desqualificado, engravidou e gerou dois fetos indesejados. Prenda-se e puna-se o padrasto salve-se a menina vítima! Os responsáveis teriam que fazer tudo para ajudá-la, menos matar. Matar é proibido por lei moral e jurídica aos católicos e aos brasileiros, embora os juízes e o congresso brasileiro tenham decidido, nestes últimos anos que, em dois ou três casos excepcionais, se possa permitir que uma vida humana em fase inicial seja sacrificada em favor de outras vidas. Foi o que houve no caso da infeliz menina de 9 anos.
Na primeira semana de março de 2009, o assunto ganhou as manchetes. Entre os dois fetos de quatro meses que ela nem sequer entendia porque, mas levava, optou-se por uma pobre menina estuprada que já terá problemas suficientes por toda a sua vida. Até o presidente da república achou certo. A gravidez foi interrompida. Milhões de brasileiros diriam e fariam o mesmo. Foi decisão compassiva.
Mas esta decisão compassiva esbarrou em outra que também teria que ser compassiva. Interrompeu a vida de dois futuros seres humanos indesejados, porque nascidos de um ato de violência. Tinha a menina o direito à inocência e à vida? Tinha. Tinham os dois fetos o direito de viver? Milhões de brasileiros, inclusive os cristãos, disseram e diriam que não.
Aqui começa o conflito jurídico, social, político e religioso: matar os que ainda não vemos para salvar de um terrível sofrimento alguém que já vemos e conhecemos. Receio que a maioria dos pais e filhos brasileiros faria isto. No mundo, cerca de 50 milhões de fetos morrem anualmente exatamente por isso. Estão no ventre errado e na hora errada. Quem os concebeu não os quer ou não tem como gestá-los. No Brasil, fala-se em 1 milhão.
A verdade que o mundo não quer todos os bebês que gera. Entre o “não sou obrigado a gerar” e o “você tem que gerar” entra a magna e explosiva discussão do aborto. É a morte conflituosa de um ser humano no seu estágio inicial.
Jesus manda atar uma pedra de mó ao pescoço e jogar ao mar alguém que faz o que fez aquele padrasto. É mais do que excomungar. Simbolismo ou não, a fala mostra a gravidade do estupro.Mt 18,5-6 5 E qualquer que receber em meu nome uma criança tal como esta, a mim me recebe. Mas qualquer que fizer tropeçar um destes pequeninos que crêem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma pedra de moinho, e se submergisse na profundeza do mar. Ai do mundo, por causa dos tropeços! pois é inevitável que venham; mas ai do homem por quem o tropeço vierMt 18,10-11. Vede, não desprezeis a nenhum destes pequeninos; pois eu vos digo que os seus anjos nos céus sempre vêm a face de meu Pai, que está nos céus. Porque o Filho do homem veio salvar o que se havia perdido.
Paulo excomunga um cristão que vivia maritalmente com a madrasta, e o recebe de volta quando renuncia ao mal que praticou. A excomunhão vem de longe. Em 2Cor 13,7-8 diz Paulo: Ora, rogamos a Deus que não façais mal algum, não para que nós pareçamos aprovados, mas que vós façais o bem, embora nós sejamos como reprovados. Porque nada podemos contra a verdade, porém, a favor da verdade. Para os católicos há leis severíssimas contra o aborto. Católico não pode matar ninguém, menos ainda mesmo um embrião indefeso. Pedimos o mesmo dos países onde vivemos. A sociedade, então, pela sua mídia nos acusa de intolerância. Que não queiramos nem possamos matar um feto, eles aceitam. Que exijamos isso deles, isso não! Querem o direito de interromper um feto se ele vier a prejudicar quem deseja sobreviver. Tê-lo seria sofrimento e conflito. Interromper sua vida seria solução imediata. Por isso exigem que nos calemos e nos acusam de ultrapassados. Pela mídia disse o presidente da república que a ciência sabe mais e que a medicina está mais avançada do que a Igreja na questão da vida e das escolhas. De condutor político faz tempo eu passou a condutor moral do povo, inclusive com distribuição de camisinhas no sambódromo. E não faltam os católicos parciais a criticar seus bispos e padres que defendem o feto. Concordam com a Igreja em outros pontos,mas nestes de camisinha, divórcio, aborto e manipulação de embriões, ouvem outras vozes. Virou confronto. De políticos e religiosos espera-se diálogo. Mas como dialogar a fundo se um grupo já decidiu que embrião ainda não tem direitos de ser humano e outro garante que tem?
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José Fernandes de Oliveira
PADRE ZEZINHO, SCJ
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23/06/2009

Artigo - AO PAÍS DOS MEU SONHOS (novo CD)


Acabo de escrever, musicar, compor e gravar mais um CD: "Ao país dos meus sonhos”. Estará nas lojas em poucos dias. Permitam-se este marketing. Já havia escrito doze das quinze canções do CD que será ecumênico, ecológico e sócio-político, com duas ou três eventuais canções litúrgicas. Apenas acrescentei mais três, assim que li os textos da Campanha da Fraternidade deste ano.

Não apenas quero, tenho que estar em consonância com a Igreja que me ordenou sacerdote. O que faço deve ser repercussão do que dizem os bispos ou o papa. Em Aparecida falou-se de um projeto missionário de aprendizado. Vem agora, a CNBB e, na Campanha da Fraternidade deste ano, nos diz que temos que ser aprendizes e mestres da paz, a começar em nossa casa, nas escolas, nas igrejas, na mídia e onde quer que haja pessoas que sabem que podem fazer a diferença entre as Sextas Feiras Santas do povo e seus Domingos de Ressurreição.

No “Ao país dos meus sonhos”, a canção carro chefe tenta dizer o que disse a CNBB no texto chave da Campanha. Meu grupo canta comigo:

Quero de volta o país dos meus sonhos,/ Mais cheio de rostos risonhos,/De volta o país da esperança/ que eu conheci em criança/ De volta o país solidário? De vizinhos que se conheciam/ Vizinhos que se reuniam Vizinhos que se protegiam...

Para quem pensa que criei do nada as mais de 1800 canções ou artigos que já publiquei é bom lembrar que busco meus subsídios no que dizem o papa ou os bispos reunidos. Os bispos do Brasil estão dizendo que as raízes do medo e da violência que aqui se instalou estão na injustiça que se institucionalizou, nas leis que não punem os culpados e não protegem as vítimas, na má distribuição da renda, na perda do sentido de pessoa, em projetos pessoais que chegam a ser cruéis, de tão individualistas que são, no abandono da família e em outras perdas e afastamentos cruéis que geram monstros e monstruosidades.

O país que, com outras igrejas, outros religiosos, outros grupos de serviço e de cidadania sonhamos é um Brasil educado para a convivência e para a paz. Somos daqueles que acreditam que a paz vem do céu, mas não cai em nossas mãos toda vez que a pedimos. Antes, é ela como planta cuja semente o céu nos dá mas, que se não for semeada, plantada, irrigada e bem cuidada não dará nem flor, nem fruto. Estamos sentindo, no Brasil de agora, o preço da paz que nos esquecemos de irrigar.
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José Fernandes de Oliveira
PADRE ZEZINHO, SCJ
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23/06/2009

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Pensar Como Jesus Pensou

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O programa “Pensar Como Jesus Pensou” é uma catequese diária, onde o Pe. Zezinho proporciona um momento de ensinamento, paz e reflexão para você Pensar como Jesus pensou.
É exibido diariamente pela TV APARECIDA e a cada dia o Pe. Zezinho fala de um tema diferente orientando os cristãos sobre como reagir diante das inquietações do nosso dia-a-dia.
Os vídeos do programa podem ser assistidos, na íntegra, na página da TV APARECIDA no Youtube: www.youtube.com/tvaparecida .
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O programa acontece de segunda a sexta às 7h55 e 13h25
Sábados às 7h55 e 10h05
Domingos às 19h40


























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MILENE MARQUES
Assessoria de Comunicação
mailto:milene.comunicacao@tvaparecida.com.br
http://www.tvaparecida.com.br/