quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Artigos - 23 Setembro 2009

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O CAPUZEIRO


Era uma vez um fabricante de capuzes que gostava de por capuz nos outros e rir de rolar no chão, até que um dia ganhou o seu. Alguém lhe pôs um capuz que lhe servia maravilhosamente. Não gostou. Apressou-se a tirar o capuz que todos acharam que lhe caia muito bem.

Sua irmã que era uma das suas maiores vítimas olhou com serenidade e disse: - “Conhecendo-o, eu sei que vai continuar pondo capuzes nos outros, mas pelo menos sentiu o desgosto de ter que vestir o que acha que não é seu”.

Dito e feito. Ele continuou a atribuir tudo de bom a si e tudo de grotesco, errado e mau aos outros. É que o capuzeiro sente atração irresistível em cuidar das cabeças alheias. A dele é tão pequena que nada que serve na dos outros serve na dele!


CRISTÃO CATÓLICO ROMANO


É minha escolha e é minha vontade. Sou cristão e católico romano. Tento seguir Jesus e sua doutrina dentro da proposta de uma igreja multicentenária. Faço parte de um dos cerca de um bilhão e duzentos milhões de fiéis cristãos católicos apostólicos romanos, e participo de um movimento espiritual de mais de dois bilhões de seguidores e admiradores de Jesus de Nazaré a quem consideramos o Ungido, o Cristo, o Filho. Sei que há mais de um bilhão de muçulmanos e sei de mais de um bilhão de budistas e xintoístas. Finalmente, sei dos que professam outra fé.

Tenho consciência de que não tenho todas as respostas para os problemas do mundo, mas julgo encontrar boa parte delas em Jesus Cristo, pelo menos as básicas. Não comungo dos cristãos, ente eles, alguns católicos que acham que o mosquito da dengue é guiado pelo demônio, nem acho que é o diabo que joga sobre nós a depressão ou o câncer. Não simplifico dessa forma o mal e o bem. Admito tranqüilamente que a Bíblia não tem todas as respostas. Nem Jesus veio trazer todas elas. Teremos que penosamente descobrir muitas delas. Mas Jesus aponta para perguntas e respostas serenas, corajosas e certas. Ele não veio ao mundo repartir heranças (Lc 12,13-14), nem pessoalmente por pão em todas as mesas fazendo cair maná do céu. Também não veio dar apartamento para os bons crentes e uma loja para quem aderir a uma igreja especial. Ele disse que não veio para isso.

Sei que os outros também não têm todas as respostas para os problemas do mundo, embora julguem encontrar em Maomé ou em Buda as bases para suas convicções. Cabe a mim respeitar as convicções dos mulçumanos e a eles respeitar as minhas, dá-se o mesmo com os budistas e xintoístas. Cabe a católicos, evangélicos, ortodoxos, pentecostais respeitarem uns as convicções dos outros, mesmo deixando claro que discordamos do que ensinam. O fato é que nem todo mundo pensa como pensamos e nem todo mundo crê como cremos.

Possível é, mas nem todos conseguem. Discordar, dizê-lo e continuar amigo não é fácil. Há quem se ofenda porque duvidamos de suas revelações. Fazer o quê, se Jesus mandou desconfiar de gente como ele? (Mt 24,24-26)




CONFRONTO DESNECESSÁRIO


Perguntaram-me, estabelecendo confronto. A jornalista quis saber se eu era um carismático moderno ou um conservador. A outra perguntou se eu era libertador ou carismático. Tentei explicar que, na Renovação Carismática e entre os pentecostais, que possuem o que eles mesmos chamam de Cultura de Pentecostes, há os esquerdistas e direitistas, os progressistas e os conservadores.

Expliquei, também, que entre os que se proclamam da libertação e do social, também há os de proposta sociológica de esquerda retrograda e os de esquerda moderada, aberta a diálogo. Vai mais da pessoa do que da linha de espiritualidade. A linha teológica e sociológica não é definida e clara para todos. Por isso a pergunta sobre ser ou não ser conservador ou progressista não tem nada a ver com danças, balanços, palmas e festas dentro do templo. Tem a ver com a doutrina que transparece nas letras das canções e nos sermões. Ali, sim, sabe-se quem é conservador e quem pensa na transformação da sociedade. Tem a ver com a res socialis, a res publica, o conceito de ter e partilhar, a noção de pessoa, de direitos, de sistemas políticos, de mudanças, de privilégios, de castas, de solidariedade. Isto transcende a movimentos e partidos. É coisa de caridade na verdade. Pode até parecer moderno, mas não é moderno aquele que acumula bens e aposta no capital, na mais valia e nos juros. Pode parecer moderno quem se diz socialista, mas agarra-se ao poder, a privilégios e puxa tudo para o seu partido dando a entender que, sendo de esquerda, pode!

Uma das jornalistas perguntou então onde me situava se não era nem de direita, nem de centro, nem de esquerda, nem carismático, nem libertador e se não me situava numa das correntes. Perguntei-lhe se tinha que escrever sempre sobre o mesmo tema e sempre nem mais nem menos que 2.200 toques. Ela entendeu. Não é o número de toques que faz uma boa redação e sim o conteúdo.

Não sei se sou libertador, nem se sou carismático. Gostaria de ser os dois, porque tenho uma libertação a buscar e um carisma a exercitar. Sei que, em algumas situações, deverei exercitar o meu papel de libertador, em outras deverei deixar fluir alguns dos muitos carismas que Deus me deu, mas preciso aprender a disciplinar, tanto as minhas inspirações e rompantes carismáticos, como minhas inspirações e rompantes de libertação.

Eu não tenho tudo que meu povo necessita para ajudá-lo a libertar-se, portanto minha palavra não pode vir apenas de mim. Também não tenho tudo que meu povo necessita para a união mais profunda com Deus. Por isso mesmo preciso da palavra da Igreja para lhes dar mais espiritualidade. Não me adianta decorar um discurso de um movimento ou de um grupo de igreja, seja ele de ênfase espiritualista ou de ênfase política. Discursos não libertam, conteúdo, sim.

As pessoas deveriam descobrir por si mesmas, se tenho ou se não tenho uma atitude libertadora e se ela é legítima e fundamentada nos dogmas e ensinamentos da Igreja. Teriam também que descobrir se tenho unção, espiritualidade ou se é apenas discurso. Essas coisas se provam com uma vida e não com palavras.

Por isso pedirei a Deus todos os dias, a graça de ser sempre renovado, sempre carismático e sempre libertador, dentro da ordem da congregação religiosa na qual escolhi viver o meu chamado. Quando os problemas se acentuarem -e eles se acentuam-, hei de pedir misericórdia e graça de Deus para saber superá-los, sejam eles causados pela enfermidade, por erros de perspectiva ou por atitudes que não somam e não ajudam meu povo a crescer.

Não sei se sou libertador, mas para o ser, preciso estudar com afinco a doutrina social da igreja que me ordenou sacerdote. Não sei se sou carismático dentro da minha congregação e perante meus irmãos, mas sei que preciso aprofundar muito a espiritualidade católica, se pretendo levá-la ao meu povo. Serei julgado por Deus, mas também pela minha Igreja, pelo que eu disse, fiz e vivi. Farei história se tiver caminhado com toda Igreja e não apenas com um grupo de igreja.

Se tiver tido o coração aberto para todos e capacidade de falar e dialogar com todos, farei apenas um pedacinho da história. Se tiver me deixado prender apenas por um grupo, falado apenas a linguagem desse grupo e se não tiver conseguido falar a linguagem da Igreja Católica Apostólica Romana é sinal de que terei me fechado. Deus me ajude a ser diastólico. Meu coração não pode viver apenas de sístole. Não me fecharei. Um católico que se fecha perde a sua catolicidade.


CIDADÃO ESTRESSADO


Quando você fica nervoso porque o carro da frente não saiu depressa na mudança de farol; fica nervoso porque na estrada o carro da frente está indo na velocidade proposta pelas placas; fica nervoso quando alguém o ultrapassa; fica nervoso quando alguém pede para ultrapassar; fica nervoso quando o sinal demora a mudar; fica nervoso quando uma pessoa idosa demora a atravessar a pista; fica nervoso porque não encontra estacionamento; fica nervoso porque alguém buzinou atrás do seu carro; quando você fica nervoso por que a fila de espera é muito longa; fica nervoso porque choveu e todo mundo esta andando devagar, vá ver o seu médico. Você saiu do estado de normalidade!

Coisas fatos e pessoas estão tirando você do sério e você está pondo a culpa nos outros. Seu psicólogo lhe explicará aonde isso pode dar. Se tudo à sua frente o incomoda, deve ser porque alguma coisa dentro de você não está funcionando...


CARTA A QUEM ME COBRA UM TESTEMUNHO


Daqui a pouco será Natal de 2009. Mais uns meses e fará 57 anos que entrei para um seminário, desejoso de fazer parte de uma sociedade de sacerdotes que acentuavam a solidariedade, um reino de vizinhos, no qual aquilo que se quebrou e estilhaçou tem conserto. Eram os padres reparadores, consertadores, restauradores, reparadores, também chamados de Padres do Coração de Jesus, hoje conhecidos como dehonianos.

Chego aos 68 anos e acho que fiz uma boa escolha. Para quem quiser de fato ser solidário, reparador, restaurador, aproximador, desapegado de coisa materiais, capaz de ceder o que é seu, desligado de fama ou de aplausos, mas disponível para ir aonde uma comunidade precisar de liderança, as portas continuam abertas. Os excessivamente individualistas, donos de um projeto pessoal irrenunciável terão dificuldade de conviver conosco.

Naqueles dias de l953 ainda havia florestas, muito verde, poucas famílias tinham conta nos bancos, não havia televisão, nem programas de baixo calão; não havia shoppings e supermercados, nem cartão de crédito, nem micro-ondas, nem celulares, nem fornos elétricos, os muros eram baixinhos, na vila onde eu cresci dormia-se de portas cerradas apenas com tramelas, os vizinhos se davam bem, crianças podiam brincar nas ruas sem grandes perigos, poucos tinham carros, os primeiros aparelhos de rádio eram colocados na janela para que todos ouvissem o Anacleto Rosas Junior e as últimas canções do Tonico e Tinoco. Não havia tanto a se consertar. A pobreza era digna. Ladrões e ladrõezinhos poderosos e violentos como hoje, não havia. Morria-se pouco por facas, tóxicos e arma d fogo.

Anos depois, congregação dos dehonianos me aceitou como seu pregador, a Igreja me ordenou sacerdote, fui estudar, aprendi cinco línguas, corri mundo falando às famílias e aos jovens, escrevi quase uma centena de livros, editei mais de 100 Cds´s, compus milhares de canções, preguei e ainda prego em periferias, em templos, estádios, ginásios e praças, televisão e rádio e vejo que o “progresso” encheu as casas de coisas, mas vejo muito mais divórcios, separações, abandonos de lar, mais droga, mais motéis, mais filhos sem pai e mãe, mais violência, mais depressão, bandidos poderosos e comandar de dentro dos presídios, o congresso e a câmara desmoralizados, corrupção difusa por toda a sociedade. O país cresceu mais por fora do que por dentro. Faltou escola, religião e família. Naquele tempo havia mais disso. Talvez por isso não fosse preciso muros com cacos de vidro, nem cercas eletrificadas, nem alarmes em todas as portas.

Estive perto de acontecimentos mundiais marcantes. Vi o começo dos Beatles, estive perto de Berkeley, John Hopckins, e vi os movimentos estudantis dos fins dos anos 60. Estudava lá nos Estados Unidos quando mataram os Kennedy, quando mataram Luther King, vi a comoção dos italianos no período da Brigate Rosse, presenciei pela televisão os dias da morte de Aldo Moro, vi a Revolução dos Cravos em Portugal, estava na Espanha quando entronizaram Juan Carlos e quando voltou a democracia. Vi a volta da democracia no Brasil. Vi o nascer do PT e percebia o entusiasmo de seminaristas, padres, religiosas e de muitos dos meus jovens. Ai de quem não fosse petista naqueles dias. Eu não era e não sou, mas votei no PT algumas vezes. Hoje alguns daqueles jovens, hoje homens feitos, dizem que entendem porque eu sugeria que não trocassem a igreja pelo PT.

Vi a violência das esquerdas e a repressão no Brasil, vi o crescer da Teologia da Libertação e depois o crescimento da RCC, e fiz as mesmas perguntas que fazia sobre o PT e as comunidades de base. Era maravilhoso, mas teríamos que ouvir outras correntes de pensamento na igreja e na política. Não sei quantas vezes fui acusado de ficar em cima do muro.

Vi igrejas e movimentos começarem e murcharem. No curto espaço de quase 60 anos presenciei um mundo em mudanças vertiginosas e, mercê do marketing da ocasião, esperanças artificialmente transformadas em certezas. Todo mundo achava que agora, sim, seria do jeito deles. Franco, Fidel Castro, Che Guevara, Pinochet, militares no poder, esquerdas no poder, ditaduras que se sucediam, democracias fragilizadas, igrejas portadoras da última revelação e da verdade mais verdadeira. Duraram pouco.

Li os livros da época, cada qual mais urgente e mais cheio de respostas a dizer que era por ali ou por acolá. Aprendi a não me amarrar a movimentos, nem partidos, nem grupos de respostas prontas. Nunca abri nem abro a Bíblia de olhos fechados nem ponho o dedo em algum ponto a dizer que Deus me dirá o que fazer. Não acredito em partidos, ideologias e religiões imediatistas, nem em pregadores e líderes que garantem que Deus ou a História lhes deu as chaves do futuro. Não sou adepto de “abracadabra”, nem de “mamãe mandou bater nessa daqui”. Milagres: Creio neles, mas não em milagres por atacado. Creio ainda menos em milagreiros que até dão a data e o lugar dos próximos milagres.

Acho que tudo se conquista lentamente, com vitórias e revezes, dois passos à frente um passo atrás, mas logo a seguir outros dois passos à frente. Aprendi a raciocinar sobre o tempo, as pessoas, a história, a fé. Leio muito e reflito outro tanto. Não me guio só pelo sentir, nem só pela razão. Tento viver os dois no seu devido tempo. Sou um pouco pathein e mathein. Quero sentir e quero entender.

Se fiquei mais sábio? Não sei. Mas acho que fiquei menos tolo. Não corro atrás do primeiro que me diz que seu partido tem a resposta política para o nosso povo, nem do primeiro que afirma que Deus falou com ele. Trago, desde a infância, uma prancha de surf espiritual chamada pensamento que me permite surfar as ondas, equilibrando-me, sem mergulhar em todas. A prancha me ajuda a mergulhar e fugir de outras nas quais acho que não devo surfar. Nunca me imaginei na crista de onda qualquer. Escolho a onda e a crista e reservo-me o direito de não ir só porque todo mundo me grita “vai nessa, Zé”.

Se sou filósofo? Menos do que todos os que já li, mas o suficiente para não montar o primeiro cavalo xucro que me oferecem, nem que ele se chame “mídia”. É bonito, charmoso todo holofotizado e leva longe, mas também derruba. O que ensino? Que o alpinista escolha a sua trilha, o surfista escolha sua onda, o peão o seu cavalo e seu touro, o pregador escolha sua mídia aprenda a falar e a se calar na hora certa. Vi muita coisa que outros não viram e li muitos livros que os outros não leram, nem por isso prego certezas. Prego mais fé e esperança do que certeza. As Bíblia que conheço não tem todas as respostas. Deus não as dá todas. Temos que procurá-las penosamente se quisermos encontrar o Senhor. O livro Santo diz que Deus às vezes se esconde! Não é que o sol se esconde, mas as nuvens às vezes não permitem vê-lo ou receber as suas luzes.

Continuo na mesma sociedade de sacerdotes, faço o que posso para reparar os ferimentos do nosso tempo, tento não pregar ninguém na cruz e, quando vejo que crucifiquei, tento reparar; quando outros crucificaram, indico pessoas que sabem fazer mais do que eu.

Dias atrás, pediram-me um testemunho. Acho que decepcionei quem esperava uma longa fala de quem viveu 68 anos e esteve em mais de 40 paises pregando a palavra de Deus, cantou e escreveu tanto. Disse apenas:

- Nunca vi Deus, Ele nunca falou comigo, nunca vi nenhum anjo, nem santo algum me apareceu. Jesus não me fala em sonhos nem aos ouvidos. Vivo da fé que tenho. Nunca vi nem ouvi Maria. Não sou vidente, nem quero ser um vidente evidente. Mas creio que Deus me dá sinais. Alguns deles eu soube ler e outros não. A vida é um imenso hierógrifo de difícil leitura. Mas algumas passagens eu já decifrei. Outras foram decifradas para mim. Continuo aprendiz e espero morrer aprendiz. Talvez por isso tenha sido mestre para alguns que me lêem, cantam ou escutam. Falo mais para a cabeça do que para o sentimento. Proponho que a cabeça do cristão tenha o mesmo tamanho que o seu coração. Preocupam-me cérebros do tamanho de um ovo de codorna e corações do tamanho de uma melancia. A função da catequese é ajustar o tamanho do cérebro e do coração. O raciocínio é um dos maiores dons do Espírito Santo. Traz discernimento, sem o qual escolhe-se errado. Se posso ensinar alguma coisa, sugiro que pensem mais, ouçam mais, leiam mais e dialoguem mais, sem esquecer de orar mais a Deus e ajudar mais os outros.

O que Deus fez em mim e por mim, Ele sabe e eu sei. Mas prefiro falar sobre o que Ele fez por Maria, por José, por Pedro, por Paulo, Francisco, por Clara e por gente muito mais santa e com histórias de vida bem mais bonitas do que a minha. Com tantos santos, com belíssimas histórias de vida para contar ao meu povo, porque eu haveria de falar de minha experiência?

Falei um pouco, mas se perceberam, não acho que devo ser outdoorizado. Não entendi tudo o que me foi dado ver. Continuo pensando, estudando e tentando guardar no coração aqueles acontecimentos. Aprendi isso com a catequista, teóloga e discípula pensante, Maria de Nazaré, mãe daquele que anuncio!


Pe. Zezinho, scj

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Artigos - 19 Setembo 2009

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ENTRE O BELO E O FEIO

Ser mais bonito do que os outros, acontece. Ser menos bonito, também. Mas isso ainda não faz a pessoa. É um adendo. Tanto a beleza pode ser um peso quanto pode sê-lo um corpo ou um rosto menos chamativo. Descartemos a palavra “feio”, porque é relativa. O que para uns é feio, para outros é bonito. Poucas belezas são unanimidade.

A Igreja precisa educar para o visual correto e formar os seus fiéis na convicção plena de que não basta o estético. É preciso o ético que nos leva a ver além das aparências. Quando a Igreja deu o grito de “queremos ver Jesus” estava dizendo tudo isso nas entrelinhas.

Nas feições dos pobres, dos negros, dos índios, dos pequenos, dos grandes, dos corpos desajeitados, na festa de Corpus Christi, na festa da Eucaristia, o que a Igreja ensina é que corpos feridos e mutilados ressuscitam e que pessoas massacradas têm beleza extraordinária, desde que as vejamos além das aparências. E dai se Madre Tereza não era bonita de rosto? O que ela viveu foi ou não foi bonito?

Há bonitos que se tornam feios. Como levaremos nosso discurso de que o que a sociedade considera feio é bonito e que aquilo que a sociedade considera bonito nem sempre é bonito? Muitas vezes é horrorosamente feio, porque vem acompanhado de egoísmo, mentira calculada, planejada e até de drogas e outras violências. Como convencer uma sociedade como a nossa de que o estético não pode vir em primeiro lugar, embora seja importante? E Jesus? Para fazer o que fez tinha que ser bonito? Maria tinha que ser bonita? Os santos tinham que ser bonitos? Beleza e bondade são dois substantivos diferentes. Às vezes combinam, às vezes não! Quem disse que o diabo é feio? Ele se disfarça muito bem. Há belezas que levam ao pecado e à morte. Quem disse que a cocaína é um pacote feio? É pelos resultados que se vê sua feiúra.


ECUMENISMO E ENTREGUISMO


Tome o leitor a sua Bíblia e, se gosta de tira-teimas, com um pincel amarelo assinale os trechos nos quais católicos, ortodoxos e evangélicos divergem. Perceberá porque devemos nos encontrar em espírito de “oikia”. Se chegar a tanto, não será 2% daquele livro. Na Palavra de Deus há muito mais do que nos une do que daquilo que nos separa. Se soubermos dialogar sobre o que nos une e respeitosamente discordar sobre o que nos separa, administrando fraternalmente essas diferenças, teremos alguma chance de aqui e depois. É de caridade que estamos a falar. Se quisermos ofender e diminuir os outros por causa das diferenças, a chance é a de que, em nome da verdade mais verdadeira, criemos um inferno ao nosso redor. E isso tem acontecido em todas as igrejas por parte de alguns fiéis mais aguerridos.

Temos e devemos ter o direito de não pensar nem orar do mesmo jeito. Num mesmo jardim há frutos diferentes e flores diferentes. Não é tudo a mesma coisa, mas um bom hortifrutigranjeiro ou jardineiro sabe o que fazer com elas. Só quem não entende de flores e de frutos negará o valor de cada qual. Talvez queira só rosas e só laranjas no seu quintal. É seu direito, mas não terá entendido o porquê das diferenças.

Uma casa de boa família terá diferenças que, nem por isso, impedirão pais, filhos, irmãos e parentes de se respeitarem. Não dá certo o lar onde um quer saber mais e mandar mais do que o outro; onde sempre se impõe a própria visão da verdade, onde não se respeitam os mais velhos e não se ouve os mais novos. Famílias que é família dialoga. Não dá certo uma vizinhança onde um se acha mais do que o outro e só vê defeitos nas famílias ao lado. Ali não pode haver “oikumene”. Isso de ver só anjos do nosso lado e só demônios do outro é uma das piores maneiras de viver em sociedade.

Está em livros e na Internet a campanha pró e contra o ecumenismo. Que alguém não queria tal aproximação pode-se até admitir, embora entre nós católicos tenha ficado mais do que claro em documentos e encíclicas como, por exemplo, o Decreto Unitatis Redintegratio do Concílio Vaticano II e a encíclica Ut Unum Sint, de João Paulo II que, pelo menos nós, católicos, não devemos fugir desse diálogo. E, diz o Documento de Aparecida, nº229 e nº 230 que se deve reabilitar a autêntica apologética que não tem porque ser negativa ou meramente defensiva per se. A unidade é dom do Espírito Santo e devemos pedi-lo.

Não falta, contudo, crueldade a alguns que, nos chamam de entreguistas e irenistas e nos acusam de sacrificar verdades e doutrinas para nos sairmos bem perante todos. Rejeitando todo e qualquer ato de ecumenismo, tentam provar que eles, os aguerridos não-ecumênicos, estão certos e nós, que nos encontramos em diálogo, somos errados. Não entendem que é possível dialogar sobre todos os temas, concordando, ou discordando sobre aqueles em que haja divergências. O papa o faz, os bispos o fazem e todos devemos fazê-lo. Mas para isso será preciso conhecermos melhor a Bíblia e nosso catecismo. Não se envia qualquer um, nem se deve ir de qualquer jeito a esses encontros. Vai quem já mostrou que tem convicções, mas respeita as diferenças.

Dialogar não significa ceder, nem perder. Até porque, diabólico é o gesto de quem separa e angélico o de quem leva mensagens. A paz depende da atitude da reconciliação e de, se preciso, deixar para depois dela a oferta ao pé do altar. ( Mt 5,23-24) Não é frase de um modernista demolidor da fé. Em Mateus afirma-se que foi Jesus que a proferiu!


ELE TINHA JESUS


Havia um moço que dizia que tinha Jesus no coração e que, por isso achava que podia tudo. -Eu sei que Jesus que tudo pode, e nele eu tudo posso. Nada me é impossível - dizia. Afirmava que a força que tinha vinha de Jesus e que, por isso sua fé era poderosa. Não tinha noção do risco que é proclamar-se poderoso.

Entendera mal a frase de Jesus e a de Paulo. Aos homens é isso impossível, mas a Deus tudo é possível. (Mateus 19, 26) Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece. (Filipenses 4: 13) Uma coisa é dizer que aquele que me dá forças tudo pode e outra, dizer que tudo posso em Jesus. Vale dizer: se eu o invocar com fé, conseguirei. Nem sempre as coisas saem do nosso jeito. Paulo usou de metáfora, porque ele mesmo mostrou que não podia tudo, quando três vezes pediu para ser libertado de um problema que o incomodava e Jesus lhe disse que lhe daria ajuda na hora, mas que não o libertaria do problema.

Jesus mesmo, filho encarnado que também sofria, disse ao Pai que, se possível, o libertasse daquela hora de dor e não foi libertado. E certamente não foi por alta de amar! O mesmo Jesus que diria, antes de ir para o céu, que tudo lhe fora dado pelo Pai, (Mt 28,18) dissera que sem o Pai ele nada podia.(Jo 5 30) Mc 9,23 põe na boca de Jesus a afirmação de que tudo é possível para quem crê. O que está por traz dessas afirmações aparentemente contraditórias? O fato de que ninguém pode se proclamar poderoso porque ora e tem Jesus no coração. Tem o poderoso, mas nem por isso tem oração poderosa.

Se quem podia tudo no Pai não pode algumas coisas, como, converter Judas, porque muitas graças passam pela vontade da pessoa, então um cristão não pode sair por aí dizendo que tudo pode. Não pode! Tudo é possível, mas nem tudo me convém, disse o mesmo Paulo (1 Cor 6,12). Era metáfora, da mesma forma que alguém afirma que Deus é tudo, mas sabe que Deus não é tudo, porque Deus não é pecado, nem mentira, nem falsidade. Há coisas que Deus não é. Então Deus não é tudo.

Quem acha que tudo pode em Jesus e sai por ai marketeando poder garantindo curas, chamando fiéis, filmando seus cultos de cura, pregando e ressuscitando, terá que explicar porque na sua família há pessoas que não se curaram, mesmo com todas as suas promessas. Uma coisa é orar por milagres e outra é garantir que acontecerão.

Então estamos conversados. Ter Jesus no coração é uma coisa e ter o poder de Jesus é outra. Ter um pouco é uma coisa e ter tudo é outra. Cuidado com as pregações retumbantes e peremptórias. Talvez contenham mais marketing do que verdade!


ELEGANTES, RETOCADOS E ATRAENTES


Nada contra a maquiagem e o retoque. A maioria precisa. Mas tudo contra o exagero. Nosso tempo se tornou a era do visual, que precisa ser elegante, atraente, bonito, se possível metro-sexual. Tudo na medida do belo, do estético, do sedutor. É questão de sobrevivência. Não há lugar para aqueles cujas formas corpóreas não agradam e, se houver, terão que ser muito inteligentes, muito engraçados ou muito talentosos. O cidadão comum não tem muita chance se não for esteticamente apresentável e se não agradar aos olhos. Já a beleza em muitos casos vale no mínimo seis talentos. Quem é bonito já larga na frente!

Há uma beleza que leva ao sucesso. A que leva ao abismo infelizmente, também existe. Em alguns casos, basta ser bonito para se conseguir o emprego, mesmo que a pessoa não tenha outras qualificações. Na era da super exaltação do corpo, o corpo é em si mesmo uma qualificação.
O raciocínio é aberto:
-Sou bonita, logo conseguirei esse emprego, mesmo que não seja capacitada.
-Sou bonito e tenho mais chance de conseguir esse emprego, mesmo que não tenha a capacidade dos outros. As empresas olham não apenas, mas também a aparência. Pequenos e grandes novos deuses, eles e elas, transitam pela mídia, pela televisão, por outdoors e revistas ostentando aquilo que constitui seu maior apanágio: um corpo para ser visto e desejado!

Beleza dá lucro. A moça, extraordinariamente linda e inteligente, que trabalhava como inspetora de qualidade numa firma exportadora sofreu o constrangimento de ter sido convidada para entreter e agradar o dono de uma firma espanhola que viera estudar a compra daqueles produtos. Ao reagir indignada, recebeu o recado de que tinha sido contratada pela beleza e não por outros atributos. Não foi. A partir daí complicaram tanto a sua vida que ela pediu demissão. Infelizmente não foi a primeira nem será a última.

Numa era como essa, o que pode e deve fazer uma Igreja que se diz cristã e que anuncia o corpo consagrado do Cristo, mas também massacrado e crucificado? O que faz uma Igreja diante de tantos corpos mutilados e feridos, sem estética? O que faz ela com eles e o que pode fazer por aqueles que, não tendo um corpo de deuses humanos, têm, porém, um coração extraordinariamente bonito e humano? Que pais e catequistas respondam! Passa por eles o conceito cristão do corpo.



ENVELHECER EM CRISTO


No balcão ela que conhecia minhas canções desde a infância, disse à queima roupa:- Nossa! Como o senhor está envelhecendo! Depois pediu desculpas pela sinceridade. Respondi brincando que, se Jesus não tivesse sido assassinado um pouco depois dos trinta, ele também aos 68 anos teria perdido alguns fios de cabelo, a pele não seria mais tão jovem e provavelmente pagaria, como todos nós, os juros de viver mais tempo. E já que ela invocara Nossa Senhora, Maria também ficou idosa.


Ela riu e disse que nunca havia pensado nisso. Foi uma boa conversa com ela e com as três senhoras ao lado. Acharam graça na idéia de que Jesus não envelheceu por ter morrido antes e que Maria, provavelmente morreu com algumas rugas no rosto.

Mas conheço católicos que apelam para um dogma que não existe dizendo que, por ser mãe de Jesus, Maria foi poupada da velhice. Que ela foi eternamente jovem. Não deixa de ser um resquício do juvenilismo imaginado por pintores da idade média, quando o triunfalismo da fé era retratado com anjos e santos sempre jovens. Maria com seu filho de mais de trinta anos, morto e no seu colo, em algumas pinturas parece mais jovem do que o filho. A realidade foi outra.

Os santos envelheceram. Anjos, por não serem humanos não envelhecem, mas os humanos, por mais angelicais que sejam, depois dos sessenta passam a depender das pílulas e do calcanhar. Devem suprir o corpo daquilo que começa a faltar e precisam movimentar-se, para não perder a qualidade de vida.

Mas há uma graça de sabedoria no processo envelhecer. Vamos perdendo as ilusões, burilando e pincelando melhor, os nossos sonhos. Com exceção de alguns mais rabujentos e intolerantes, os mais velhos têm serenidade e bom humor. Exceto as escadas e as subidas, aos 70 ou 80 anos as coisas parecem ter sua justa dimensão. Vejo mais pessoas idosas nos templos, nos supermercados, nos shows de reflexão e de fé, bem mais do que nos shoppings e nos estádios. Talvez isso diga alguma coisa a mais para os filósofos, psicólogos e antropólogos. Para os filhos e netos parece claro: a beleza e as novidades, o desejo de comprar e ter é substituído pelo desejo de ser, simplesmente ser! Viver passa a significar mais ser do que ter, mais estar presente do que tomar posse. Corrijam-me se eu estiver errado!


Pe. Zezinho, scj

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sábado, 19 de setembro de 2009

Artigo - Gritar em nome de Jesus

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Passo pelas ruas do meu bairro, caminho por estreitas ruas de favelas. Passeio por algumas ruas do centro, e vejo pessoas orando silenciosas e calmas dentro de seus templos. Acho bonito! Além de ser um gesto de fé, é ato de cidadania.

Passo pelos mesmos lugares e, ouço, ás vezes, alto-falantes ligados ao máximo e pessoas a gritar em nome de Jesus. Aí já não é cidadania. Estão impondo sua fé aos vizinhos. Não foram para um campo de futebol, onde já se espera gritos e clamores, nem para um lugar isolado: estão ali no meio dos outros, obrigando-os a ouvir suas mensagens. A cidade vai tem que ouvir o nome de Jesus na marra! Digam o que quiserem, mas é falta de respeito aos outros. Aquele alto falante para fora, mais nega do que afirma Jesus.

Quem ora em nome de Jesus, faz bem. Quem grita para a cidade inteira ouvir contra a vontade não age corretamente. Agride o direito de não ouvir. Jesus, que em Marcos 9,38-39 mandou os discípulos respeitarem alguém que não era do seu grupo, certamente pediria a esses pregadores que respeitem os seus vizinhos ou as pessoas que não são da sua Igreja. Uma coisa é gritar para quem veio e outra, gritar para quem passa. Se querem anunciar Jesus, comecem respeitando as outras igrejas e diminuindo o som dos seus templos, para que funcione apenas lá dentro.

Os aparelhos de som amplificado trouxeram enormes possibilidades para a comunicação humana, mas causaram também enormes problemas de cidadania. Para isso, há leis e há estádios. Crente que berra sua mensagem para quem não tem que ouvi-la é como fumante que teima em fumar em lugar fechado. Um obriga os demais a respirar sua fumaça e outro a escutar sua mensagem. As duas podem intoxicar! Não temos o direito de empurrar pelos ouvidos alheios nossa maneira de crer. Mas é o que tem acontecido em muitos paises exceto onde este abuso foi corrigido, porque chegou ás raias do absurdo. Gerou combate nas ruas.

Dirão que Jesus gritou no templo. Isso mesmo: no templo e sem microfones. Sou capaz de apostar que Jesus não sairia hoje de carro de som obrigando o povo a escutar a sua mensagem. Ele nunca forçou ninguém a ouvi-lo. Sou dos que afirmam que - quanto mais as Igrejas gritarem mais darão razão aos ateus.Desrespeitados, reagirão, como nós reagimos quando nos desrespeitam. Quem impõe a sua fé nos outros não é missionário: é mal educado. Jesus nunca propôs esse tipo de comportamento antiético! Deixava que os ouvintes escolhessem. Confira João 6, 67.

Pe. Zezinho, scj

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Artigo - Resposta de Católico

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Ouvi com a paciência que aprendi a ter, ao longo de 40 anos de padre. Sei que os pentecostais não são todos como aquele rapaz. Mas aquele crente que se dizia evangélico, pregador de poucas leituras, enquanto meu carro era lavado pelos seus colegas, me interpelava por causa da cruz que eu levava e levo ao peito. Era daqueles que falam, mas não aceitam ouvir. Mostrava certeza absoluta. Estava certíssimo de que Jesus estava com ele e não estava comigo, porque, segundo ele, eu era um idólatra. Ignorou meus estudos, meus 60 anos de idade naqueles dias, o fato de eu escrever e lecionar. Aos vinte e três anos ele sabia mais do que eu. Os colegas que sabiam quem eu era, deixaram acontecer para ver como o colega se daria.

Observei bem enquanto ele gesticulava exaltado, para provar aos colegas que sabia mais do que o velho bem-vestido à sua frente. Tinha ares de combatente espiritual, disposto a mostrar a luz de Deus que estava nele, mas não estava em mim. Foi fácil perceber que não pretendia salvar mais uma alma para Cristo e, sim, provar alguma coisa para os seus colegas. Era o tipo de religioso gabola. Precisava provar aos colegas que sua igreja era melhor.

Dei corda. Ele mordeu a isca. Falou quinze minutos sem parar sobre a idolatria dos católicos e a verdade da Bíblia. Apostou que eu não tinha uma Bíblia no carro. Errou. Eu a tinha e toda rabiscada e anotada. Busquei-a. Ele começou a hesitar. Escolhera o lutador e o ringue errado... Eu sabia mais de Bíblia do que ele...

Com vinte e três anos de vida e menos de quarenta meses de escola, mas muita revelação, ele se dizia crente fiel a Jesus. Saiu a combate e errou na escolha da arma, até porque a Bíblia não é uma arma. Pensou que eu não conhecia os textos que ele decorara. Pedi tempo para responder e solicitei os mesmos quinze minutos que eu lhe dera para falar. Comecei a responder, um por um, os textos de Paulo, do Levítico, do Números, do Deuteronômio e de Juízes capítulos 7 a 9. Falei também de João, que ele citara. Acrescentei alguns dados que ele não sabia.

Falei da tribo de Dan que matou a sangue frio a gente pacifica de Laís e depois disse que Deus queria aquele crime. Falei do guerreiro Gideão, famoso por combater as imagens dos outros e de como o temido destruidor de imagens, com o seu grupo de combatentes, famoso por aterrorizar outras religiões, tornou-se herói e rico com sua arrecadação de dinheiro e de bens dos outros. Já que ele se considerava um gideão era bom saber quem o inspirava. Gideão terminou seus dias fazendo um éfode e adorando ídolos. Teve 70 filhos de muitas mulheres e um de uma concubina. Este, Abimeleque matou seus setenta irmãos. Violentos, eles tinham aprendido com o pai que guerreava e provocava os outros em nome da sua fé e do seu povo.

Exigiu provas e mostrei-lhe sua própria Bíblia. Antes que eu concluísse dez minutos ele pediu para interromper, porque tinha que ajudar a lavar outro carro. Eu lhe disse que esperaria para acabarmos a conversa que ele começara. Diante do riso irônico de seus colegas disse ele: -Desculpa aí, moço. Desculpa se eu o desrespeitei.

Escrevi o número do meu telefone e o entreguei a ele dizendo: -Conte ao seu pastor que promove novos Gideões da fé, o que lhe aconteceu hoje e diga a ele que, se quiser uma conversa comigo, terei o maior prazer de tomar um café com ele aqui mesmo, depois do seu serviço. Marque o dia que eu dou um jeito de continuar nossa conversa.


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Nunca ligou e nunca marcou. Passei por lá dois meses depois e seus colegas me disseram que ele mudara de emprego, mas que nunca mais discutiu religião com ninguém. A um deles ele dissera: -Meu, aquele padre sabe muita religião!


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Mais do que ele, eu sabia. Talvez não soubesse mais do que o seu pastor. Mas um pastor que promove gideões e não explica o lado sombrio do modelo que propõe aos fiéis deveria ser questionado. Sei mais do que muitos irmãos meus que não costumam ler livros de teologia ou de catequese, mas admito que há pessoas em outra igrejas que sabem muito mais do que eu. Pregadores cultos não propõem modelos violentos aos seus fiéis. Seria como um muçulmano propor Bin Laden como modelo de fé islâmica. E é dever de quem sabe mais, ouvir os outros e esclarecer os que sabem menos.


***


Tenho feito isso. O que sei, eu ensino. Se erro, corrijo-me. Se o outro ensina errado, eu reajo e o corrijo, quer ele queira, quer não, porque li Paulo a Timóteo. ( 2 Tm 4,1-5) Já perdi alguns amigos por isso. Mas eles haviam ensinado um erro crasso para milhões de pessoas. Se eles ensinam errado para vinte milhões de pessoas na sua televisão, eu tento corrigir seu erro como e onde posso mesmo que eu não atinja mais do que trinta mil. Catequese se faz e se corrige. Catequista corrige e aceita ser corrigido. Quem deixa de abarcar alguém por ter sido corrigido por este irmão não entendeu os evangelhos. Somos todos corrigíveis.


PADRE ZEZINHO, SCJ

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sábado, 12 de setembro de 2009

Composições e Participações

Participações e composições em discos de outros cantores (ras). Apenas algumas das principais.

1972 - DE COLORES



O coral interpreta duas canções de Padre Zezinho nesse LP; Oração da Manhã e Shalom.


1974 - COMPACTO DA CAMPANHA DA FRATERNIDADE

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1975 - UMA VIDA DE COLORES



Disco com grandes sucessos da música católica na época, interpretada pelo coral das Edições Paulinas .

De canções de Padre Zezinho temos:

Shalom
Canção da Alegria
Oração da manhã
Canção da Amizade
Oração da Noite



1975 - JIMMY WILSON - Interpreta Pe. Zezinho




Vocação
Mini sermão
O filho pródigo
Alo meu Deus
Maria de minha infância

Um certo galileu

Cantiga por Francisco
É muito jovem minha oração
Cantiga por um ateu
Estou pensando em Deus


1981 - A BARCA


"A verdade vos libertará" Composição de Pe Zezinho, interpretado por Antonio Cardoso


1981 - ASTÚLIO NUNES


Astúlio interpreta 'Utopia' e 'Limitação' no seu LP.



1984 - REYNALDO





Aqui, o cantor Reynaldo relembra 'O homem que quer ser feliz' e 'É saudade que a gente tem' do LP Reviravolta de 1978.


1984 - DUDUCA E DALVAN



Versão sertaneja da música "Utopia" do Padre Zezinho.


1985 - NOVA GERAÇÃO


Como compositor em "Funk da Esperança"


1985 - LOUVEMOS O SENHOR II


Compositor em "Um Coração Para Amar"


1988 - CANTE A ESPERANÇA

Compositor e intérprete em "Escrever e História" Com a participação de Sonia Mara


1991 - MARLUCE BOTELHO - E Deus me quis mulher




E Deus me quis mulher
Louvação a Maria
Matinas*
Alma de mulher
A verdade é bem maior
Lírios e pardais*
Passagens
Quando o povo sonha
Em prol da vida
Sabedoria*
Nas águas desta paz.


* Canções Interpretadas com Padre Zezinho

É deste disco as canções "Louvação a Maria", do CD 14 Cantigas Marianas,"Sabedoria", do CD Cantigas de Sabedoria e"Passagens", do CD Origens.A fita tem um diferencial: uma quantidade menor de músicas e um texto-show,por isso foi interessante adquirir os dois formatos.No K7 há uma nova versão para "Canto da mulher latino-americana", lá do LP Oferenda.


1995 - SÔNIA MARA





Dona de uma voz marcante, Sonia Mara acompanhou Pe. Zezinho em seus discos, shows e programas de TV, desde o final dos anos 80 até os dias de hoje; participou do projeto "Ir ao Povo" do Pe. Zezinho, e fez muito sucesso com esse disco de MPB em 1995, com a versão da canção 'Amigos para sempre'.
Destaque para 'Dizem que é saudade', composição de Padre Zezinho.




1998 - GHISLAINE CANTINI - Perto Das Estrelas


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1998 - NOSSA SENHORA APARECIDA



1999 - SILVIO BRITO




2000 - GHISLAINE CANTINI - O Vento Falou Comigo



Se Maria Bethânia interpreta o mestre do romantismo Roberto Carlos; se Gal Costa grava o mestre da MPB Tom Jobim; por que não fazer um disco só com canções do mestre da música católica? Foi pensando assim que a cantora Ghislaine Cantini teve a idéia de gravar o álbum O Vento Falou Comigo, que traz 12 das músicas marcantes do Pe. Zezinho, scj. Ghislaine conta que a idéia surgiu em seu programa Vox Dei, que vai ao ar todas as sextas na rádio Catedral. A cantora gravou um disco, a voz e violão, com as músicas do padre para tocar durante o programa.

Canções:

Deus conseguirá
O vento falou comigo
Utopia
Alô meu Deus
O profeta
Maria de Jesus Cristo
Se a dor me visitar
À senhora Aparecida
Em sintonia
Daqui do meu lugar
Eu tenho alguém por mim
Oração da noite



2000 - CANTA CORAÇÃO



O CD Canta Coração, é o encontro de todas as gerações dos padres do Sagrado Coração de Jesus (SCJ).


2003 - CANTO DAS ÁGUAS



2003 - ANJOS DE RESGATE

Pe Zezinho canta com o grupo Anjos de Resgate na bela canção "Maria da Eucarístia"


2003 - GRUPO CHAMAS




CD (2002) e DVD (2003) - JOANNA EM ORAÇÃO

MARIA DO ROSÁRIO

Músicas: "Tenho orado com Maria", "Mãe do Céu Morena" e "Maria de Nazaré".


PADRE JOÃOZINHO, SCJ

Música: "Deus de Deus"


2011 - NO PEITO EU LEVO UMA CRUZ


CNBB e Comep lançam CD para a Peregrinação da Cruz da JMJ 2013

"No peito eu levo uma cruz, no meu coração o que disse Jesus...".

No peito eu levo uma cruz, é o primeiro dos três CDs com as músicas que vão acompanhar a Peregrinação da Cruz pelas dioceses brasileiras em preparação para a Jornada Mundial da Juventude que será em 2013, no Rio de Janeiro. A coletânea reúne 13 canções já conhecidas entre os católicos sobre o tema da cruz e de Nossa Senhora, interpretadas por vozes como Ziza Fernandes, Zé Vicente, pe. Zezinho, scj, pe. Fábio de Melo, entre outros grandes nomes da música católica.

O destaque do disco é a regravação da canção “Nova Geração” música oficial da Peregrinação da Cruz, do cantor e compositor pe. Zezinho, scj, cujo refrão dá nome ao álbum. Vale lembrar que por todo o mundo, jovens de todas as idades, de ontem e de hoje já cantaram esta canção que foi escrita na década de 70.

A regravação contou com a participação de mais de 80 cantores católicos de todo o Brasil. Numa versão emocionante, o arranjo vocal faz um passeio geográfico e cultural, “viaja” por todo o Brasil e apresenta diversos sotaques, muitos ritmos, mostrando a beleza e a riqueza de nossa gente e nossa música. A introdução da música traz a voz de pe. Zezinho, scj, como em sua primeira gravação, nos anos 70. Em seguida, cantores dos mais diferentes estilos musicais e de várias partes do país emprestam suas vozes para essa releitura musical que alterna sotaques e interpretes, até que novamente pe. Zezinho, scj, canta a frase: “Eu creio na força do jovem que segue o caminho do Cristo Jesus”. No refrão todos os artistas cantam em uníssono e no ritmo do samba.

Nova geração - Pe. Zezinho, scj
Honra glória - Salette Ferreira
Meu coração na cruz - Pe. Fábio de Melo
Santa Cruz - Banda Arkanjos
Tempo de vitória - Ziza Fernandes
O verbo é amar - Hemerson Jean
Nadie te ama com Yo - Enredados
Tudo passa pela cruz - Olivia Ferreira
Dois riscos - Pe. Zezinho, scj
Coração de Mãe - Mariani
Marcas de vitória - Louvor e Glória
Terra de Santa Cruz - Vida Reluz
Pelos caminhos da América - Zé Vicente


2010 - UMA HISTÓRIA DE CANÇÕES




A Coletânea “Uma História em Canções” – gravado em CD e DVD – é um show que foi gravado AO VIVO, em outubro de 2010 no Via Funchal (em São Paulo) para comemorar os 50 anos de história da gravadora Paulinas-Comep.

Grandes nomes da música católica estiveram no palco pra cantar, louvar a Deus e prestar a sua homenagem aos 50 anos da Paulinas, entre eles:pe. Zezinho, scj, pe. Fábio de Melo, Adriana, Adoração e Vida, Cantores de Deus, Vida Reluz, Banda Louvor e Glória, Via 33, Ceremonya, Zé Vicente, Mariani, Electrocristo…e em 2011, este álbum foi indicado ao Grammy Latino 2011 na categoria “Melhor Álbum de Música Cristã em língua portuguesa”.

Oração pela família - Pe. Zezinho
Amigos de fé - Antonio Cardoso
Utopia - Zé Vicente - Zé Vicente
É Maria - Jonny
Amor que não cansa de amar - Pe. Fábio de Melo
Milagres - Pe. Fábio de Melo e Adriana
Marcas de Vitória - Missão louvor e Glória
Deus imenso - Adoração e Vida
Um sonho - Adoração e Viada e Vida Reluz
Tudo o que sonhei - Via 33
Igreja é o lugar da Mulekada - Ceremonya
Um certo Galileu - Pe. Zezinho
Mulheres - Cantores de Deus
Viver pra mim é Cristo - Typ Vox
Eu sou jardim - Adriana
Salve a Terra - Hemerson Jean e Mariani
Autor da nossa história - Vários Cantores


2011 - JOANNA - EM NOME DE JESUS




Disco é uma homenagem da cantora Joanna em comemoração aos 45 de carreira do Padre Zezinho.
A primeira faixa "Em nome de Jesus", tem a participação do autor em dueto com Joanna, com direito a clipe no YouTube e tudo.

Foi em nome de Jesus
Ha um barco esquecido na praia
Águia pequena
Maria da minha infância
Alô meu Deus
Amar como Jesus amou
Oração por meus amigos
Utopia
Estou pensando em deus
Oração pela família
Mãe do céu morena
Um certo Galileu
Fala (agradecimento falado)
Valeu meu Deus



AGRADECIMENTO AO ANDRÉ POR ME CEDER A CAPA DE RARIDADES COMO "Uma Vida de Colores", "Cante a Esperança", "Nova geração", "Louvemos o Senhor" e "E Deus me quis mulher" e outras
Agradecimento Ao Pedro pelo selo do compacto "A Barca" James por DE COLORES / ANTONIO CARDOSO E CANTA CORAÇÃOAgradecimento ao Emilio pela dica do tópico e por imagens e Kinho