quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Artigos - 27 Setembro

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QUANDO VIER O CANSAÇO


Quando vier o cansaço no pacote da idade que avança; quando uma parte do meu corpo já não cooperar na execução dos meus projetos; quando alguma dor teimosa ou uma disfunção rebelde se alinhar em alguma parte do meu corpo; quando eu depender de colherinhas e de pílulas diárias para corrigir alguma disfunção; quando precisar tomar cuidado ao andar, ao pisar, ao subir e descer escadas; quando uma tontura teimosa tomar conta do meu corpo; quando a respiração ofegante depois de algum esforço me avisar que eu não sou mais o jovem que eu era;
quando a vista cansada se atrapalhar nas leituras e não enxergar mais do que dois metros; enfim, quando meu corpo cansado disser: -“Descansa um pouco mais”,- tentarei responder de outra maneira, mas minha fala há de ser uma resposta.

Jesus não desceu da cruz nem eu pretendo descer. Se Jesus não tivesse morrido naquela cruz e tivesse vivido para além dos 60 ou 70 anos, ele certamente nos ensinaria a carregar outros tipos de cruzes, mas cruz haveria. Se Jesus tivesse escapado da cruz, ao invés de adorarmos um Cristo crucificado, talvez adoraríamos um Cristo mutilado, curvado ou com as limitações da idade, mas seria o mesmo Jesus libertador e modelo de vida.


Por isso, quero me preparar para os achaques, as cruzes e os limites da idade que vem, mas quero saber vivê-la com serenidade, como a vivem milhões de anciãos marcados pela cruz, mas também marcados pela sabedoria.

Quando chegar o cansaço, quero poder mostrar o meu testemunho de vida, e deixar claro que apenas o corpo se cansou; a mente continua se preparando para a eternidade. Assim Deus me ajude. Assim Deus me prepare!


PROTEJA SUA PRIVACIDADE.


De tal maneira invadiram a nossa privacidade que precisamos tomar cuidado com nossos cartões de crédito, nossos RGs, nossos celulares, nossos computadores e tudo aquilo que possa nos identificar contra vontade.

Habitue-se a não dar nenhum dado pessoal seu, nem mesmo nas lojas. Se não quiserem vender aquele rádio à vista sem os seus dados pessoais, procure um outro lugar. Você não está contraindo dívida. Está pagando à vista. Se os dois, você e ele quiserem registrar a compra, cada qual por suas razões ache um modo de dar apenas os dados que não lhe tirem a privacidade. Não dê o seu número de telefone, nem sua conta de banco com senha. A senha é seu segredo.

S possível, não dê seu nome a não ser que seja absolutamente necessário. Procure verificar quando é absolutamente necessário; caso contrário, seu nome entrará para uma lista indesejada, manipulada por pessoas indesejáveis que, contudo, desejam o seu dinheiro e de um jeito ou de outro vão invadir você.

Seja esperto, só dê seu nome quando absolutamente necessário, e pense dez vezes antes de usá-lo. Não assine seu nome em qualquer lugar, qualquer papel e não o dê a qualquer pessoa. Se possível não dê seu nome inteiro onde o vendedor não tem esse direito. Milhares de pessoas estão hoje pagando um altíssimo preço por ingenuamente terem dado seu CPF, seu RG, seu nome e endereço e o número de telefone.

Desconfie até das grandes corporações e das empresas que querem o seu cadastro. Infelizmente acabou a privacidade. O que você puder fazer para preservar a sua, faça. Esse é um mundo onde todo mundo bisbilhota todo mundo e onde até as brincadeira inocentes que você diz ao telefone são gravadas. Amanhã podem servir de arma contra você.

Use o telefone com sisudez e seriedade de maneira estritamente necessária. Reserve as brincadeiras ou conversas de amigos para quando não estiver ao telefone e, ainda assim, tome cuidado com a salas aonde vai e com lugares onde pode haver microfones implantados. Pode parecer histérico, mas é muito mais inteligente num mundo onde você pode comprar em qualquer loja um aparelho de espionagem. Infelizmente a individualidade corre sérios riscos. Preserve a sua. Um amigo meu teve sua residência assaltada a partir de um número que deu numa loja de ferragens. Falou alto e alguém ouviu. Daí a descobrir o endereço de quem tinha dinheiro para toda aquela compra foi questão de dois dias. Falou alto para mais de 30 pessoas! Não o deveria ter feito!



O FREQUENTADOR DE TEMPLOS


A cidade tinha 350 templos de mais de 40 religiões. Ele frequentou-os todos, sem aderir a nenhuma comunidade o igreja. Era fiel de templos, mas não de comunidade nem de igreja. Ia e assistia, mas não congregava nem se reunia. Fazia como quem vai ao espetáculo, mas não aceita nenhum papel. Paga para assistir e até paga para não ter que subir ao palco.

Morreu e, no céu, apresentou-se como frequentador de templos e ouvinte de pregações. Isso mesmo: ele era um ouvinte da Palavra. Perguntado sobre qual a razão pela qual não se fizera fazedor da Palavra disse que escolhera ouvir.

Havia escolhido a parte mais fácil. Porque a difícil é ouvir e fazer. Por isso a mãe de Jesus foi elogiada. Diz a estorinha que o frequentador de liturgias que adorava cantar e erguer os braços, derramando lágrimas de emoção foi listado como fiel emotivo, mas pouco ativo.

Lá fora ele não fazia nada pelos outros. Muita emoção e muita devoção, mas pouca ação não fizeram dele um bom cristão.

Cristão sai da poltrona e do sofá, age e vai lá e, se não pode ir, ajuda. Ele canta e dança a Palavra, mas também a faz acontecer. O outro, que é mais frequentador de templos do que participante da igreja, molha-se com a chuva de primavera e irriga seus cães e sua grama, mas, ao vizinho que lhe pede um balde de água é capaz de dizer que sua caixa amanheceu vazia!


PARA ENTENDER OS PROFETAS


Habitue-se na sua bíblia a ler os livros dos profetas como de homens que falavam ao povo do seu tempo, sobre coisas que aconteceriam ainda no seu tempo, ou um pouco depois do seu tempo. Não os veja como homens falando para o Brasil de agora, a China de agora, a Israel de agora e os Estados Unidos de agora. Falavam do futuro do seu povo e da humanidade, mas não eram detalhistas nem futuristas. Não era esta a sua intenção.

Podemos ler, agora, esses livros históricos e proféticos para aprender como os profetas anunciavam para seu povo, naquele tempo, a palavra de Deus. Falavam muito mais do futuro do seu povo do que de nós que viemos cerca de 3.500 anos depois. Podemos até aplicar muita coisa do que eles disseram para os nossos dias, mas esta interpretação ousada de dizer que as carruagens de fogo, por eles descritas, eram os tanques de hoje, ou que grandes labaredas equivaleriam às bombas atômicas de hoje, é ir muito longe.

Uma leitura atenta dos profetas mostra que eles certamente não queriam profetizar para o século 21. Profetizaram para o povo do seu tempo. Nós de agora podemos tirar proveito das suas profecias porque muito pode ser aplicado ao nosso tempo, mas levar ao pé da letra, ou forçar o texto para poder explicar alguma catástrofe atual, ou as armas atômicas americanas e chinesas, ou, ainda, a queda de Sadan Hussein, o advento Bush é muita ousadia.

A Bíblia não nos autoriza a ir por esse caminho e não convém ir por este caminho. Daí ao fanatismo ou à deturpação da Bíblia é apenas um passo. Por esse caminho alguém dirá que o Papa é a besta do apocalipse ou que Edir Macedo é que é. Dependerá do grau de agressividade e de fanatismo do intérprete daquelas passagens.

Leiamos os profetas como devem ser lidos. Homens que traduziram a palavra de Deus para seu tempo. Aproveitemos um pouco do que eles disseram, porque certamente muitas coisas podem ser vividas e aprendidas hoje, mas todo cuidado é pouco. O vinho deve ser tomado com moderação. A Bíblia também. Tomados de qualquer jeito, os dois embriagam.

Pe. Zezinho, scj

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