domingo, 1 de novembro de 2009

Artigos - 01 de Novembro

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OS SANTOS DESCONHECIDOS

No dia 1º e 2 de novembro os católicos lembram quem já morreu. No dia 1º lembramos quem morreu bem e se salvou e no dia 2 incluímos sem exceção, todos os que morreram. No dia primeiro lembramos quem já está no céu pelos méritos da paixão do Cristo e agora vive com Ele. No dia 2 recordamos os que morreram e sobre quem não temos certezas, mas assim mesmo devem ser lembrados. São os santos todos, inclusive os anônimos e desconhecidos. São os falecidos todos, inclusive os que não conhecemos.

Católico não exclui ninguém da sua prece. Não sabemos quem está no inferno, mas apostamos que há bilhões de pessoas no céu salvas pela misericórdia do Cristo. Entre outras, é uma das boas coisas do catolicismo. Apostamos no poder, no perdão e na compaixão do Cristo. Não pomos ninguém no inferno, mas afirmamos que o céu está repleto de salvos.

De onde tiramos esta fé? Da certeza de que Deus é quem julga e que Ele não quer a desgraça eterna de ninguém. Oramos na esperança de que nossa prece possa contribuir pelo bem deles. Já que não sabemos o quer aconteceu e acontece com eles, oramos por eles. Pelos salvos agradecemos e pedimos sua intercessão. Para os falecidos sobre quem não temos tanta certeza de salvação, reservamos uma prece esperançosa.

Outros irmãos cristãos afirmam que ainda não há santos no céu, porque quem morre, por melhor que tenha sido, ainda não entrou lá. Fica dormindo o sono dos justos à espera do ultimo dia. Nós pensamos diferente! Afirmamos que há bilhões de almas no céu, porque o sangue de Jesus não correu em vão. Quem morreu em paz com Deus está vivo numa outra dimensão e bem acordado. Cremos que Jesus salva. Não vai salvar apenas daqui a milhões de anos. Salva agora. O céu não espera tanto! Quem ressuscitou pessoas e as curou sem fazê-las esperar nem mais um minuto, pode também salvar-nos sem nos fazer esperar até o ultimo dia da humanidade no planeta. Aquelas igrejas acentuam alguns trechos da Bíblia e nós, outros.

Os santos são frutos do Cristo, os conhecidos e os desconhecidos, mas que Deus conhece. Há muitos templos dedicados aos santos famosos. Mas há uma pequena igreja numa estrada de Minas que alguém dedicou aos santos desconhecidos. Retrata o que um católico pensa do dia 1 de Novembro. Há mais santos no céu do que imaginamos que há...


BOMBA OU ENERGIA?


Quando o jovem erroneamente piedoso disse que asa bombas atômicas não lhe interessam, pedi licença e argumentei se não lhe interessava o fato de que paises inteiros, ou talvez dois terços da humanidade pudessem desaparecer em três dias do mapa. Religião que não se preocupa com o futuro da humanidade é arremedo de religião. Deus provavelmente não mandará um anjo do céu para proteger as instalações anti-bombas de um país se é que elas existem. Está nas nossas mãos banir a fabricação de novos artefatos nucleares para fins bélicos e de desmontar o que já existe. Querem que os paises que ainda não fabricaram assinem um tratado de não construção da bomba, e aceitem inspeção internacional, mas não se sabe de nenhum país que, tendo a bomba, aceitou assinar um documento que permita outros países vigiá-los e desmontar seu arsenal.

Aí a hipocrisia!


UM “T” E UM “D”


Uma vogal que equivaleria ao nosso “i” duas consoantes equivalente ao nosso “t” e ao nosso “d” mexeram por décadas e até por séculos com a doutrina cristã. De certa forma ainda mexem. Por causa de um T, por séculos se discutiu entre os cristãos se Maria era apenas educadora do filho de Deus ou era, de fato, mãe dele, “teo-dokos”, “teo-tokos”.

Por causa de um “i” também por séculos se discutiu na igreja se Jesus era de substância semelhante a Deus ou se era da mesma substância de Deus. O “i” caracterizava a diferença. Os que diziam que Jesus era filho de Deus afirmavam que ele era homo-ousios, e os que diziam que ele era apenas semelhante punham o “i” no meio, ele seria homo-i-ousios. Este simples “i” jogou grupos inteiros uns contra os outros. Equivalente ao “ele é” e ao “ele não é”.

A encíclica de João Paulo II, Ecclésia de Eucaristia nos leva pelo mesmo caminho. Quis dizer que a igreja nasce da eucaristia, depende da eucaristia, encontra o seu sentido a partir da eucaristia. Assim, os fiéis e assim também Maria. Ao usar a palavra “de eucaristia”, o papa quis dizer que nós estamos do lado de cá, como adoradores, e não do lado de lá, como parte da eucaristia.

Podemos ao receber o Cristo e nos tornarmos um com Ele. Essa unidade não é hipoestática. Vem do fato claro de que somos assumidos por Ele, mas “in”, “inata”, na eucaristia está a divindade. Por isso, no altar está Jesus. Nós estamos ao redor. No sacrário está Jesus e nós estamos ao redor. Na cruz estava Jesus, Maria, as piedosas mulheres e o discípulo estavam ao redor “juxta”...

É preciso esta distinção para entendermos o que é crer na eucaristia. Nós aqui e Jesus ali. Depois que o recebemos Jesus é em nós, mas o essencial da nossa fé na eucaristia é que ela é o próprio Cristo. Não é o Cristo “na” hóstia, nem é o Cristo “da” hóstia; é o “Cristo-hóstia”. Ele não entra nem sai da hóstia. Ele é a hóstia. Não é símbolo: é o mistério.


Seremos eucarísticos enquanto nos associarmos àquele que é a própria eucaristia. Maria é eucarística enquanto se associa ao seu filho, que é a própria eucaristia, mas Maria não está na eucaristia. Não é adorada com Jesus. É adoradora como nós. Não recebemos Maria na eucaristia.

Já vi pregadores na televisão a ensinar que se pode comungar Maria na missa. Maria não está naquela hóstia, não está naquele sacrário, não está naquele altar, como não estava naquela cruz. Estava-lhe ao pé. Não fazemos parte do mistério: somos adoradores do mistério; não somos a eucaristia: vamos à eucaristia, dependemos da eucaristia.

Como igreja podemos até dizer que nascemos para a eucaristia, vamos à eucaristia e nos situamos “juxta”, ao pé, ao lado, perto do Cristo; mas a hóstia, a vítima o crucificado, o adorado é Jesus Cristo. Sua mãe é mãe de Deus, mas não é deusa. Aí a grandeza do mistério que professamos. Firmemos esses conceitos para não corrermos o risco de misturar alhos com bugalhos.


Pe. Zezinho, scj



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