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Uma escola para comunicador – é assim que padre Zezinho define o rádio: veiculo em que trabalha há mais de quarenta anos. O radio exige coesão, síntese, objetividade. Em troca, oferece ao comunicador a resposta imediata do ouvinte. Padre Zezinho soube reconhecer e explorar magistralmente suas inesgotáveis possibilidades.
A primeira experiência foi em 1969, no inicio de sua vida religiosa. Logo após uma entrevista a uma emissora paulista. Impressionado com a facilidade com que o jovem religioso se comunicava, o padre Lucas Carvina, da Rádio 9 de Julho, ofereceu-lhe um programa diário de crônicas. Chamava-se Um olhar sobre a cidade e tinha dez minutos de duração. Em pouco tempo, passou a fazer um de trinta minutos – A hora e a vez da família – e. a seguir, um de uma hora – Tempo e contratempo -. Em 1974, a ditadura militar fechou a Rádio 9 de Julho; seu trabalho continuou, então, na Rádio América, onde ficou até 1978. Nesse ano, passou a falar também na Rádio Aparecida, onde permanece até hoje. Premido pelo excesso de trabalho, passou a fazer intervenções curtas, mas nunca abriu mão desse espaço. O rádio lhe permite uma catequese coloquial, íntima, persuasiva. Permite ainda, fazer um trabalho pratico melhorar efetiva e imediatamente a vida do homem simples do povo. Exemplos não faltam. Padre Zezinho viu casais reconciliando-se no ar, mães conscientizando-se de que deviam levar seus filhos ao medico, pessoas aprendendo hábitos de higiene e nutrição. “Capine a frente da sua casa, faça uma horta no quintal”, disse ele muitas vezes. Os ouvintes seguiam os conselhos tornavam menos árido seu dia a dia. Não são superficialidades. É qualidade de vida.
Por meio do rádio, padre Zezinho compreendeu e mergulhou fundo no universo dos católicos brasileiros. Aprendeu e ensinou. Uma das provas do impacto que os programas de rádio tem sobre a população brasileira é a incrível quantidade de cartas recebidas a cada programa – pessoas contando seus problemas, pedindo ajuda, comentando o que foi exposto, fazendo sugestões. Foram as cartas enviadas aos programas da Rádio Aparecida, por exemplo, a matéria-prima para a elaboração da obra Nós, os Católicos Romanos, com mais de 40 edições. Assim, ao longo dos anos, o rádio tem sido um caminho de mão dupla, um precioso espaço de aproximação, de conhecimento, de reflexão e de crescimento espiritual.
" O rádio é uma escola para o comunicador. Exige coesão, síntese e objetividade. Em troca, oferece a resposta imediata do ouvinte."
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